Fechado desde o dia 20 de abril de 2020, o Centro de Criatividade Odylo Costa Filho finalmente vai receber obras de reestruturação do prédio. Ao longo desses 1.459 dias, o edifício foi alvo de vândalos e da ação do tempo, mas só recebeu a devida atenção do poder público do estado, depois da repercussão nacional das séries de denúncias feitas pelo Grupo Difusora na última semana.
O anúncio da assinatura do Termo de Cooperação, entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e as secretarias estaduais, foi feito nesta quinta-feira (18), por Felipe Camarão (PT), atual vice-governador e secretário de educação da gestão de Carlos Brandão (PSD).
Durante coletiva, Felipe Camarão se desculpou com a população por permitir o sucateamento do prédio, sob gestão da Secretaria de Estado da Educação (SEDUC), desde o encerramento das atividades.
O Difusora News mostrou com exclusividade imagens internas do prédio, o que motivou a revolta de artistas nacionais e maranhenses com o descaso de um dos mais importantes centros culturais do Maranhão.
Prejuízo desconhecido
O secretário de Cultura do Maranhão, Yuri Arruda, usou as redes sociais para divulgar o acordo e disse que antes do início da construção, o que restou acervo do Odylo será remanejado para conservar as obras literárias da biblioteca.
“Vamos ceder um espaço na Biblioteca Benedito Leite para receber, temporariamente, o acervo da Biblioteca do Odylo Costa Filho. Esta parceria fortalece nosso compromisso com a preservação do patrimônio cultural”.
No entanto, o que mais chama atenção é que o Governo do Maranhão se recusa a responder sobre o acervo histórico que estava dentro do prédio abandonado. No dia 11 de abril, o Difusora News questionou a quantidade de itens “catalogados” antes da depredação, assim como pediu informações sobre os itens perdidos pelo descaso do poder público.
Contudo, o governo Brandão se limitou a dizer que “O inventário do acervo foi realizado após a paralisação do atendimento ao público. E, após o processo de limpeza e catalogação de todos os itens, será feito novo inventário para a identificação do que foi subtraído”, dizia trecho da nota.