A Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) abriu inquérito para investigar os saques realizados no Centro de Criatividade Odylo Costa Filho. Os crimes aconteceram nos dias 1º e 10 de abril, com o furto de som, cadeiras, além de livros e materiais artísticos.
O procedimento policial atende solicitação do juiz Douglas de Melo Martins, titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, feita após denúncias mostradas pelo jornalismo do Grupo Difusora e de outros veículos de comunicação do estado, sobre a situação de sucateamento do centro cultural.
Em entrevista à reportagem da TV Difusora, o delegado Day Robson, titular do 1º Distrito Policial, disse que, mais do que descobrir os autores dos furtos, a atuação policial pretende impedir que o prédio do Odylo Costa Filho fique à mercê de novas práticas criminosas.
“A questão policial vai se enveredar pelo direcionamento de autoria dos crimes. Só que isso não vai ser suficiente, porque o prédio vai continuar do jeito que está. Então, trazemos a percepção de que o prédio precisa ser resguardado para que não seja utilizado de forma indevida, como para o consumo de drogas ou como esconderijo de mercadorias ilegais”, destacou.
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O delegado contou que chegou a enviar um ofício solicitando a presença de algum representante da Seduc para debater o que o Estado pode fazer para resolver a situação do prédio do Odylo. A reunião estava marcada para acontecer na manhã desta terça-feira, mas ninguém da secretaria compareceu e justificou a falta.
Day Robson disse ainda que, enquanto não for feita a devida segurança por parte dos responsáveis pela gestão do espaço do Centro Odylo Costa Filho, os crimes vão continuar acontecendo. “Enquanto houver essa falta de guarita patrimonial vai ocorrer ainda mais de um, mais de dois, mais de três fatos relacionados ao prédio”, concluiu.
Somente em 11 de abril, um dia após o segundo saque, e após as denúncias mostradas pelo Grupo Difusora, o Governo do Estado anunciou que o Centro de Criatividade iria voltar a ter vigilância armada.
Outros centros culturais
A situação pela qual passa o Centro de Criatividade Odylo Costa Filho não é o único caso de descaso sofrido por equipamentos culturais do Estado. O portal Difusora News mostrou no último dia 12, que além do espaço, que é o portal de entrada do Centro Histórico de São Luís, outros centros de cultura situados na região central da capital maranhense têm sido negligenciados pelo poder público.
Assim como o Odylo, espaços de intensa produção cultural, como o Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho e o Centro de Artes Cênicas do Maranhão (Cacem) estão igualmente abandonados e precisando de reparos para voltar a produzir e expor cultura.
A Casa do Maranhão, localizada na Rua do Trapiche e o prédio onde funcionou a Defensoria Pública do Estado do Maranhão, na Rua da Estrela, também são exemplos de negligência por parte do poder público com a produção cultural do estado. Os dois espaços históricos serão transformados em hoteis.
O que diz o Governo sobre os centros
Em nota, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou que o Cacem segue normalmente com as atividades no Centro de Ensino Bernardo Coelho de Almeida, localizado na Rua Rio Branco. A nova sede do Centro, localizada na Rua do Giz, entrará em reforma.
A Secretaria de Estado da Cultura (Secma) disse, também em nota, que as Casas de Cultura passam por vistorias e avaliações técnicas de sua estrutura física periodicamente, como parte de sua responsabilidade no tocante ao patrimônio cultural e arquitetônico.
No que tange à Casa do Maranhão, segundo a Secma, o Centro Estadual de Referência da Economia Solidária do Maranhão (Cresol), que funcionava no local, está abrigado no Casarão Oleama, reformado para atender à conquista do Movimento da Economia Solidária.
Tags: Maranhão, Odylo Costa Filho, São Luís