Os ataques golpistas registrados no domingo (08.dez) em Brasília também tiveram como alvo as obras de arte, nacionais e estrangeiras, que compõem a decoração do Congresso Nacional, bem como do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto.
Congresso
Na Câmara dos Deputados, os danos foram no vitral “Araguaia”, produzido com vidro temperado e jatos de areia pela artista franco-brasileira Marianne Perretti. A obra, de 1977, concebida a partir do projeto de decoração do Salão Verde, simula o movimento de figuras geométricas postas sobre o vidro e que, por sua vez, remetem ao curso de um rio.
Já a escultura “Bailarina”, do italiano Victor Brecheret, ainda foi não localizada. A suspeita é de que o item, de 1920, tenha sido furtado. Uma réplica da Constituição de 1988 foi levada pelos terroristas.
Supremo Tribunal Federal
No Supremo Tribunal Federal, o alvo foi o brasão da República. Fixado no local, a peça foi arrancada pelos golpistas, tal como as cadeiras dos ministros, incluindo a de Rosa Weber, projetada pelo designer Jorge Zalszupin. Ainda no STF, a escultura “A Justiça” (1961), de Alfredo Ceschiatti, foi pichada pelos vândalos.
Palácio do Planalto
A tela “As Mulatas”, do pintor modernista Di Cavalcanti, também foi danificada. Datada de 1962, a obra, furada pelos criminosos, foi feita sob medida pelo artista carioca para compor o Palácio do Planalto. Um retrato de José Bonifácio de Andrada e Silva, considerado patriarca da Independência brasileira, se junta ao acervo avariado. De 1922, o quadro é de autoria de Oscar Pereira da Silva.
Somado aos objetos deteriorados, está um relógio do século XIX dado de presente a Dom João VI. Nas redes sociais, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) comentou os danos encontrados na relíquia.
Além das pinturas e do relógio, fotos de ex-presidentes da República, e que eram expostas numa galeria dentro do edifício, foram arrancadas das paredes e, depois de serem rasgadas, jogadas no chão.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, se manifestou nas redes sociais após as depredações. Segundo a ativista e cantora baiana “nunca a esquerda brasileira, mesmo nos tempos de trevas, danificaram, desrespeitaram ou destruíram os palácios que representam os três poderes”.
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