Envolvidos com o “carro do milhão” ficam em silêncio durante interrogatório

Envolvidos no caso do “carro do milhão”, o ex-analista técnico da Secretaria Municipal de Informação e Tecnologia (Semit), Carlos Augusto Diniz da Costa e o ex-secretário executivo do deputado estadual Fernando Braide (PSD), Guilherme Ferreira, compareceram à Superintendência de Investigações Criminais (SEIC), na tarde desta terça-feira (6), mas optaram por permanecer em silêncio.

Após o interrogatório, as defesas dos dois envolvidos conversaram com a imprensa. Jadson Cleon Silva de Sousa, advogado de Guilherme Ferreira, disse que o silêncio se deve ao fato de a defesa ainda não ter tido acesso aos autos.

“A defesa foi constituída na sexta-feira, quando pedimos habilitação nos autos do procedimento investigatório e até agora não tivemos acesso. Por essa razão, resolvemos ainda não nos manifestarmos sobre os fatos”, comentou o advogado.

A defesa de Carlos Augusto Diniz também alegou falta de acesso aos autos para justificar o silêncio do cliente.

“Na primeira vez que compareceu à polícia, ele ficou calado porque a imprensa tem mais informação que a defesa. Temos interesse em olhar as imagens e não tivemos acesso”, disse José Carlos Sousa dos Santos, advogado do ex-analista técnico da Semit.

O delegado do Departamento de Combate ao Crime Organizado da SEIC, Plínio Napoleão, negou que as defesas não tenham tido acesso aos autos do caso. Segundo ele, o que não foi disponibilizado ainda integralmente foram as imagens de câmeras de segurança, que estão sendo analisadas para serem incluídas no processo investigatório.

“O que não está ainda colacionado ao caderno investigativo são as mídias que estão em análise. Esse material, que são as imagens das câmeras de segurança ao redor do veículo abandonado, continua em análise. Após isso, será juntado ao caderno investigativo e disponibilizado à defesa”, relatou o delegado.

Ainda de acordo com Plínio Napoleão, o próximo passo é investigar a origem dos saques do dinheiro encontrado dentro do Renault Clio Vermelho. Para isso, agências bancárias, incluindo o Banco do Brasil, já receberam requisições para informar sobre as possíveis transações.

Assim que for descoberto de onde o dinheiro foi sacado, segundo o delegado, a Polícia trabalhará nas agências e empresas de transporte de valores para identificar as pessoas que fizeram os saques.

Apreensão de documentos
Na manhã desta terça-feira, dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra os dois envolvidos no caso do “carro do milhão”. Um dos endereços é uma propriedade registrada no nome de Carlos Braide, pai de Eduardo Braide. No local, foram encontrados notebooks, documentos e celulares que podem mudar o rumo da investigação.

A ação foi realizada pelo Departamento de Combate ao Crime Organizado da Superintendência de Investigações Criminais (SEIC), nos endereços de Carlos Augusto Diniz da Costa, na Avenida dos Franceses, e Guilherme Ferreira, no Residencial Ilhas Gregas, onde fica o imóvel do pai de Braide.

Posicionamentos
Em nota ao portal Difusora News, a Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) informou que Guilherme Teixeira já não trabalha na prefeitura há mais de um ano e que Carlos Costa foi exonerado assim que tomou-se ciência do caso. Ainda segundo a nota, a Secom espera que a polícia apure e em caso de qualquer ilegalidade, a justiça puna os responsáveis.

Também em nota, o deputado estadual Fernando Braide (PSD) alegou que ficou surpreso com o acontecido e que está acompanhando a apuração dos fatos pelas autoridades competentes. Ainda segundo a assessoria do parlamentar, logo que as primeiras notícias foram veiculadas, o assessor citado foi desligado de suas atividades.

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