ONG critica prisões de manifestantes na coroação de Charles

A ONG de defensa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW, na sigla em inglês) condenou neste sábado (06) como “alarmante” a detenção pela polícia londrina de vários ativistas que pretendiam se manifestar contra a coroação do rei Charles 3°.

Pelo menos 20 membros do movimento Republic, que reivindica eleições democráticas para chefe de Estado, foram detidos. “Isso é algo que esperaríamos ver em Moscou, não em Londres”, disse Yasmine Ahmed, diretora da HRW no Reino Unido, descrevendo as prisões como “incrivelmente alarmante”.

“Protestos pacíficos permitem que os que estão no poder sejam responsabilizados, algo que o governo do Reino Unido parece estar cada vez mais relutante em fazer”, acrescentou.

O chefe de outra entidade de direitos humanos, a Anistia Internacional no Reino Unido, Sacha Deshmukh, afirmou: “Precisamos ver que detalhes aparecem sobre esses incidentes, mas apenas estar de posse de um megafone ou carregar cartazes nunca deve ser motivo para uma prisão policial.”

As detenções ocorreram antes do início da coroação, quando o diretor do grupo antimonarquista Republic, Graham Smith, e outros organizadores de uma manifestação contra a cerimônia foram presos.

Smith estava recolhendo faixas para os manifestantes na praça Trafalgar Square quando foi detido, segundo o jornal The Guardian.

Outros membros da organização foram detidos em circunstâncias semelhantes, enquanto coletavam faixas. “Os caras perguntaram o motivo e eles disseram: assim que revistarmos o veículo, contaremos a vocês. Foi aí que prenderam seis organizadores. Perguntamos por que foram presos, mas eles não responderam. É uma surpresa porque nós tivemos várias reuniões com a polícia”, disse Harry Stratton, membro do Republic.

A ação ocorreu por volta das 7h30 (horário local) quando centenas de manifestantes antimonarquistas se reuniram na Trafalgar Square com bandeiras e camisas amarelas para destacar sua oposição à coroação do monarca.

O movimento Republic busca substituir o monarca por um chefe de Estado eleito promovendo um protesto nas redes sob o slogan “NotMyKing” (não é meu rei). Os republicanos continuam sendo uma minoria no Reino Unido, mas se tornaram mais visíveis desde a morte da popular Elizabeth 2ª em setembro.

Fonte: DW Brasil

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