O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) foi criado na Era Vargas, em 1939, para promover a propaganda política do então presidente. Por seis anos, foi um poderoso instrumento de censura e deu origem ao Departamento Nacional de Informações (DNI), que depois virou Serviço Nacional de Informações (SNI). O SNI foi extinto e abriu caminho para a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e para a atual Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

“O departamento era responsável por realizar todas as ações que fossem promover a ideologia da ditadura do Estado Novo, com grande alvo nas classes populares do Brasil. A sede ficava no Rio de Janeiro, mas havia controle em todos os estados. Eles tinham atuação no rádio e a imprensa, também engajavam intelectuais, o que fazia que Vargas tivesse amplo controle sobre as opiniões de todo o país”, explicou Hélvia Sousa, Historiadora e pesquisadora sobre censura na ditadura civil-militar.

E a criação desse poderoso instrumento de censura teve grande impacto nos meios de comunicação da época e até hoje serve de modelo quando o assunto é controle. Além do controle sobre os veículos de comunicação, o DIP também organizava diversas comemorações cívicas para promover o governo e o nacionalismo e aproximar o presidente das camadas populares da sociedade.

“As imagens que eram vinculadas pelo DIP eram imagens que provocavam um sentimento de paternidade na população. Vargas sempre era retratado com crianças ao redor, cavalgando, em momentos de descontração, de modo com que, com o tempo ele fosse conhecido como o pai dos pobres, ele gerava um sentimento de identificação na população dessa forma”, pontuou a historiadora.

A ex-deputada estadual Helena Barros Heluy vivenciou esse período político e contou, contou ao Difusora ON, um pouco dessa experiência com o regime militar. “Os direitos constitucionais das pessoas, aquilo tudo naquela época eu vivi, havia sim um controle efetivamente sobre as pessoas no serviço público, todas as esferas de poder”, ressaltou.

A vigilância dos meios de comunicação permaneceu até o restabelecimento do regime democrático, sob a presidência de José Sarney e a entrada em vigência da Constituição de 1988, que em seu artigo quinto estipula a liberdade de manifestação do pensamento.

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