Centro Histórico de São Luís recebe cortejo em homenagem aos 200 anos de Gonçalves Dias

Na tarde desta quarta-feira (12), as ruas do Centro Histórico de São Luís receberão um cortejo em homenagem ao poeta maranhense Gonçalves Dias. O cortejo faz parte de uma série de eventos realizados pelo Comitê Especial Gonçalves Dias 200 Anos, da Academia Maranhense de Letras (AML).

A concentração e saída para serão em frente à Academia Maranhense de Letras, na rua da Paz, no Centro da capital, seguindo para a praça João Lisboa, onde será realizado um breve recital. O cortejo seguirá em direção à rua de Santana, até a casa onde morou, Ana Amélia, o grande amor do poeta. Logo em seguida, haverá um recital poético e musical na praça Gonçalves Dias.

Comemorações

Comemorar os 200 anos de Gonçalves Dias, maranhense considerado por muitos críticos literários como o maior poeta romântico brasileiro e fundador da poesia nacional, é reavivar a memória coletiva e a história do poeta que soube expressar com engenho a valorização do elemento nacional e que fez da arte uma ferramenta de construção cultural. Celebrar o Bicentenário de Gonçalves Dias é vivificar o legado do poeta filho do Maranhão que fez ecoar o canto do sabiá na poesia, na arte ou na música popular como uma bússola capaz de guiar os rumos para os que o sucederam.

O poeta Gonçalves Dias

Da primeira geração romântica, nasce o escritor maranhense Gonçalves Dias, com obras que passeiam pelo indianismo e nacionalismo marcantes na literatura nacional. Seus poemas, que traduzem o sentimento nativista, empregam a natureza e os indígenas como elementos centrais e protagonistas de sua atuação literária, símbolos que também representam a nacionalidade brasileira das suas produções sob a égide do Romantismo.

Sobre Gonçalves Dias

Poeta, advogado, professor, jornalista e teatrólogo Gonçalves Dias nasceu no dia 10 de agosto de 1823, no sítio Boa Vista, em terras de Jatobá (a 14 léguas de Caxias, hoje pertencente à cidade emancipada com nome de Aldeias Altas) e morreu em 3 de novembro de 1864, aos 41 anos, vítima do naufrágio do navio Ville de Boulogne, no Maixio dos Atins, na Costa Maranhense.

Considerado o maior poeta da primeira geração romântica brasileira e embebido dos ideais românticos, escreveu poemas de caráter indianista e nacionalista, nos quais os indígenas e a floresta se manifestam como elementos centrais, conferindo caráter nacional à literatura brasileira.

A vasta obra indianista emerge nos poemas “Marabá”, “Canto do piaga”, “Canto do tamoio”, “Leito de folhas verdes”, “Canto do guerreiro” e “I-juca-pirama”.

Vale destacar ‘Ainda uma vez – Adeus’ escrito para sua grande musa inspiradora Ana Amélia Ferreira Vale, uma união refutada veemente pela família dela, em virtude da ascendência mestiça do escritor. Gonçalves Dias casou-se com Olímpia Carolina da Costa, com quem teve uma filha, que morreu ainda na primeira infância. O exímio escritor concluiu os estudos na Europa, onde compôs o famoso poema “Canção do exílio”, que descreve a beleza das paisagens nacionais, destacando elementos da fauna e flora, bem como as saudades que ele sentia do Brasil, comparando a sua condição à de um exilado.

Para além de compreendermos Gonçalves Dias como poeta, é preciso desvelarmos suas incursões por outros campos do conhecimento que historicamente foram importantes; mas, pouco conhecidas na sua trajetória como intelectual brasileiro, a exemplo das suas atividades como professor, historiador, jornalista e avaliador da instrução pública a convite do Governo Imperial.

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