O fechamento interrompeu diversas pesquisas em andamento e impediu o início de novos trabalhos.
-dezembro 19, 2025
O fechamento interrompeu diversas pesquisas em andamento e impediu o início de novos trabalhos.
O prédio do Arquivo Público do Maranhão está fechado desde janeiro deste ano, após o agravamento das condições estruturais da edificação. O local, que guarda documentos fundamentais para a preservação da história e da memória do Estado, necessita de uma reforma completa.
O fechamento interrompeu diversas pesquisas em andamento e impediu o início de novos trabalhos. Documentos datados do século XVII — desde a fundação de São Luís —, além de registros da Constituição Estadual, fazem parte do acervo. A preocupação de historiadores e pesquisadores é com o destino provisório desse material, já que a mudança frequente e a exposição a temperaturas oscilantes podem comprometer a preservação dos documentos.
“O volume dessa documentação, a abrangência de assuntos tratados por ela, é muito mais importante do que um prédio físico. Então há uma preocupa com o local onde ela vai ficar. É importante que essa reforma daqui seja o mais urgente que possa ser, mesmo assim a gente sabe que vai demorar muito mais de um ano, para que essa documentação volte”, comentou a historiadora Regina Faria.
Ainda segundo a historiadora, o Governo do Estado teria prometido instalar uma sede provisória para o funcionamento do arquivo, com entrega prevista para junho, mas, até o momento, a estrutura ainda não foi concluída.
Além do Arquivo Público, outros prédios históricos e culturais de São Luís permanecem fechados, como o Centro de Criatividade Odylo Costa Filho. Em 2024, os veículos do Grupo Difusora foram os primeiros a mostrarem a deterioração do espaço, que à época foi alvo de vandalismo, que depredaram o local. O equipamento multicultural nunca foi reaberto.
O novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê intervenções em 15 prédios públicos de relevância no Maranhão. Pesquisadores defendem que a obra do Arquivo Público seja tratada como prioridade, para que o acervo seja preservado e não precise ser transferido diversas vezes, evitando riscos à sua integridade.
“Quanto mais rápido for a conclusão de uma obra como a do arquivo público, melhor para que o acervo não fique mudando toda hora, com risco da sanidade mesmo do acervo. Porque acervo de arquivo não pode estar em lugares com temperatura oscilante”, explicou o historiador Manoel Barros.
O Portal Difusora News solicitou nota ao Governo do Estado sobre o fechamento do Arquivo Público e o transporte e destino dos documentos do espaço, bem como os demais prédios históricos e culturais fechados em São Luís. Entretanto, até a publicação desta matéria, a gestão estadual não havia respondido a solicitação.