Nossa equipe entrou no centro cultural e registrou o descaso do poder público e a presença de ‘moradores’ no local
Nossa equipe entrou no centro cultural e registrou o descaso do poder público e a presença de ‘moradores’ no local
Após várias denúncias sobre o estado de abandono do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho, o Difusora News foi até o local, nesta quinta-feira (11), para mostrar de perto o descaso do poder público com um dos mais importantes polos culturais da capital maranhense.
Um buraco feito em uma das paredes do edifício serve como acesso à parte interna do prédio, que tem visíveis problemas estruturais e abriga pessoas em situação de rua e usuários de drogas. (Veja o vídeo abaixo)
Acompanhado por uma dessas pessoas, nossa equipe entrou e percorreu o pavimento onde funcionava a recepção, o Cine Praia Grande, o Teatro Alcione Nazaré, os Cursos e Oficinas. Este local abrigava ainda as Galerias de Exposição Ambrósio Amorim e Valdelino Cécio.
O cenário era de caos: Muita sujeira, cadeiras reviradas, paredes rachadas, material espalhado no chão. A equipe foi aconselhada a não entrar nos espaços do cinema e teatro, pois havia pessoas dormindo.
“Melhor não entrar para não ter problemas”, disse o ‘guia’ que conduzia nossa equipe.
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No andar superior, encontramos o mezanino, a Biblioteca Ferreira Gullar, as salas dos Serviços de Espaços Culturais, os Serviços de Cursos e Treinamentos, além da parte administrativa e núcleo de literatura.
O acervo de biblioteca Ferreira Gullar e a sala de artesanato estão completamente destruídos. As cenas entristecem quem lembra a importância das ações educativas nas áreas de artes plásticas, cênicas, visuais, pois dava visibilidade para diversos artistas locais e engrandecia a cultura maranhense.
Em algumas salas, o piso comprometido não permitiu o avanço da nossa equipe pelo prédio. De longe, imagens mostram a quantidade de material espalhado. O teto também está comprometido, além de existir várias infiltrações pelas paredes.
O grande acervo de escritores maranhenses como Nauro Machado e até o próprio Ferreira Gullar que dá o nome a biblioteca está somente na lembrança. Presencialmente, várias obras pelo chão, folhas de livro que enaltecem a cultura maranhense arrancadas e amassadas.
Antônio Manoel Velozo, sobrinho do poeta maranhense Ferreira Gullar, lamentou quando soube do abandono do prédio e fez um apelo ao poder público. “Eu soube (da situação), por meio dos operadores de cultura do maranhão, e conclamo as autoridades do estado do maranhão que intervenham na recuperação do prédio do Odylo Costa Filho”, disse ao Difusora News.
Euclides Moreira Neto, Professor Doutor em Comunicação, Linguagem e Cultura da Universidade da Amazônia (UNAMA) lamentou a falta de atenção dada pelo Governo do Maranhão. “Essa prática não é legal, ela exclui a comunidade do campo cultural e beneficia aqueles que são considerados ‘amigos do poder’ e esquecendo grande parte dos artistas que estão renegados e precisando de apoio”, disse.
O que diz o Governo do Maranhão?
Em nota, a Secretaria de Estado da Educação (SEDUC) disse que o Centro de Criatividade Odylo Costa Filho contará com vigilância permanente a partir desta quinta-feira (11).
Ainda segundo o governo, será realizada a limpeza do espaço interno e a retirada do mobiliário que ainda resta. A nota disse ainda que até a sexta-feira (12) tapumes serão instalados nas entradas, portas e janelas, para impedir o acesso de vândalos ao local.
