Usuários denunciam ‘esquema’ de aluguel de contas de transporte por app

Ao pedir um transporte de aplicativo, você já se deparou com um veículo ou motorista diferente do indicado na plataforma? O Difusora News recebeu denúncias de um possível ‘esquema’ de aluguel de contas nas principais plataformas de transporte que atuam em São Luís.

Os usuários relatam que solicitam um veículo (carro ou moto) e na hora de embarcar, o veículo que chega não é o mesmo cadastrado na plataforma e às vezes nem é o mesmo condutor que consta no sistema.

Além da prática ser proibida pelas empresas de transporte de aplicativo e considerada violação de regras, esta conduta facilitar ação de criminosos que podem usar esses alugueis de contas para aplicar golpes (como o da maquininha de cartão quebrada) e roubos.

Relatos de usuários

A funcionária pública Jorgiana Sousa, contou que ao verificar que o carro que apareceu no aplicativo não era o mesmo que veio buscá-la e que o motorista também não era o mesmo da foto do app, resolveu não fazer a corrida e foi questionada pelo condutor do veículo.

“Ele disse que era porque tinha atualizado os dados cadastrais, mas não me convenceu. Eu disse a ele que não tinha como eu pegar aquele carro porque ele não batia mais informações que eu estava com medo. O motorista disse que ele era um pai de família tentando levar o sustento para casa e eu disse para ele que eu era uma pessoa prezando pela minha segurança”, relatou.

A vendedora Patrícia Silva disse que mesmo com medo, acabou fazendo a corrida. Ela opina que mesmo não achando correto a prática de aluguel de contas, entende que são trabalhadores tentando ter seu ganho.

“Eles alugam contas, por isso sempre compartilho a corrida com alguém, tiro foto da moto e envio para amigos e familiares. Não acho isso correto, mas eles têm que ganhar o pão de cada dia, né?”, comentou.

Denúncias
Outros usuários relataram ao Difusora News que denunciaram a prática às plataformas de transporte por aplicativo. Foi o caso da professora Aline Silva e do funcionário público Francisco Costa.

Aline relatou que já passou pela situação várias vezes e que, em todas, não fez a corrida e denunciou o motorista. “Eu não faço a corrida. Eu cancelo, denuncio e mesmo assim ainda aparece um ou outro. É um risco muito grande, principalmente a gente sendo mulher, né? Somos vulneráveis a tantas situações, não precisamos nos expor ainda mais”, contou.

Já Francisco Costa disse que até chegou a seguir com a viagem, mas logo depois se arrependeu de ter colocado a vida em risco e que denunciou a prática para a plataforma. Ele relatou que na oportunidade estava atrasado e que, por isso, mesmo observando que o veículo que foi atendê-lo era diferente do que aparecia no aplicativo, resolveu seguir a corrida.

“Pensei em cancelar, mas acabei aceitando porque iria demorar muito achar outro. Fiz a corrida, mas denunciei para a plataforma a prática. Eu sei que fiz errado, deveria ter cancelado e denunciado logo, mas me expus a esse perigo”, pontuou.

Alysson Coelho, representante da categoria em São Luís, relatou que a modalidade de uso de contas falsas tem crescido significativamente no estado, levantando preocupações sobre a segurança e a integridade do trabalho dos motoristas legalizados. Ele acredita que é muito fácil criar contas falsas com dados de outras pessoas e que isso pode trazer riscos à segurança dos passageiros.

“Isso tem nos chamado a atenção e, na verdade, não se preocupado, porque essa opção de contar fake pode ser usada pelo meliange, porque qualquer pessoa pode fazer uma conta fake hoje em dia com dados de outra pessoa e acaba rodando ali e pode fazer o mal, assaltar um passageiro. Então, acredito que o caminho certo é, ter mais fiscalizações, para realmente comprovar se é um motorista dono daquela conta”, relatou.

Em nota, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) orienta aos usuários a sempre conferir as informações do veículo e do motorista com os dados informados no aplicativo. Caso o carro ou o condutor não forem os indicados pelo app, o usuário não deve entrar no veículo e reportar o ocorrido para as plataformas.

O Instituto de Promoção e Defesa do Cidadão e Consumidor do Maranhão (Procon) informou que esta é uma prática abusiva de acordo com o art. 37 do Código de Defesa do Consumidor, pois pode ser considerada como publicidade enganosa.

O Procon orienta que nesses casos, o consumidor realize um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima, formalize uma denúncia diretamente na plataforma utilizada  e, também, formalize em nosso app Viva Procon ou site www.procon.ma.gov.br com todos os detalhes, para que possamos notificar a plataforma e assim requerer explicações.

Tags: aluguel de contas, conta fake, motoristas de app