Em meio à crescente preocupação mundial com a resiliência do sistema bancário e a possibilidade de uma crise financeira, um grupo de gigantes do setor nos EUA reuniu forças na quinta-feira (16/03) para apoiar o First Republic Bank.
Um total de 11 bancos privados americanos contribuíram para o resgate, incluindo JPMorgan Chase & Co, Citigroup Inc, Bank of America Corp, Wells Fargo & Co, Goldman Sachs e Morgan Stanley.
Juntos, eles injetaram 30 bilhões de dólares (cerca de 157 bilhões de reais) para apoiar o First Republic Bank. A instituição vinha enfrentando dificuldades com as altas taxas de juros impostas no ano passado em meio à alta inflação. Nos últimos nove pregões, as ações do banco regional haviam caído 70%.
A medida recebeu o apoio de órgãos reguladores americanos, que a interpretaram como uma prova da resiliência do sistema bancário. O anúncio do resgate foi acompanhado de alta nos índices de Wall Street na quinta-feira.
O que sabemos sobre o plano de resgate do First Republic Bank?
Na quinta-feira, o consórcio de bancos privados disse em um comunicado que a medida “reflete a confiança [que temos] no First Republic Bank e em bancos de todos os tamanhos”.
Em comunicado, o fundador do First Republic, Jim Herbert, e o CEO do banco, Mike Roffler, disseram que “o apoio coletivo fortalece nossa posição de liquidez […] e é um voto de confiança para o First Republic e todo o sistema bancário dos EUA”.
O First Republic Bank é o 14º maior banco dos EUA, com 212 bilhões de dólares em ativos no final de 2022. Fundado em 1985, o banco está sediado em São Francisco.
Conhecido pelos serviços de private banking e gestão de patrimônio, o First Republic temia que seus clientes o trocassem por bancos maiores em meio à turbulência no setor bancário.
Um banco para clientes com contas volumosas
O First Republic atraiu atenção especial de investidores por possuir um alto número de clientes abonados, cujos depósitos não seriam garantidos pela Corporação Federal Asseguradora de Depósitos em caso de falência do banco. O órgão garante depósitos de clientes de até 250 mil dólares.
A grande carteira de empréstimos imobiliários do banco também era uma preocupação. Segundo o jornal New York Times, muitos analistas sugeriram que o First Republic não teria ativos suficientes que pudesse liquidar facilmente para cobrir saques caso houvesse uma corrida ao banco. À medida que as principais agências de classificação rebaixavam a sua nota, havia temores de que ele quebrasse.
O que está acontecendo com o setor bancário?
O setor bancário dos EUA foi significativamente abalado na semana passada pelo colapso de dois bancos de médio porte.
O fechamento do Silicon Valley Bank após uma súbita corrida ao banco foi apontado como a maior falência bancária desde a crise financeira de 2008/2009. O Signature Bank, de Nova York, teve o mesmo destino dois dias depois, levando o Federal Reserve a tomar medidas para fortalecer a confiança sistêmica.
Com o aumento dos temores de uma crise financeira iminente, as autoridades americanas agiram rapidamente em prometer apoio a outros credores e depositantes. De início, o anúncio parece ter tranquilizado os investidores, mas as ações de vários bancos americanos foram prejudicadas por temores de uma corrida por saques.
O tremor secundário foi sentido na Europa nesta quinta, com o banco global Credit Suisse, com sede na Suíça, dizendo que tomaria emprestado 50 bilhões de francos suíços (cerca de 283 bilhões de reais) do banco central do país para fortalecer sua liquidez e reservas de depósitos.
Fonte: DW Brasil
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