Policiais também encontraram duas armas de fogo nos endereços relacionados ao réu Josué Carlos Silva Lima.
Policiais também encontraram duas armas de fogo nos endereços relacionados ao réu Josué Carlos Silva Lima.
Um homem identificado como Josué Carlos Silva Lima, que responde pelo crime de homicídio duplamente qualificado, foi preso preventivamente em Timon a pedido do Ministério Público do Maranhão (MPMA) por ter ameaçado os jurados sorteados para a sessão do Tribunal do município que julgaria o caso. No cumprimento da prisão, foram apreendidas duas armas de fogo.
O julgamento estava marcado para a última terça-feira (4). Contudo, o MPMA recebeu denúncias de que Josué ou terceiros em seu nome estavam com uma lista das pessoas sorteadas para compor o júri e, em posse da documentação, começaram a visitar as casas dos jurados para coagi-los a inocentar o réu.
Na avaliação de Carlos Pinto de Almeida Júnior, titular da 2ª Promotoria de Justiça Criminal de Timon, a conduta configura crime de coação no curso do processo. Além do pedido pela prisão preventiva, o promotor solicitou a suspensão do julgamento, que estaria irremediavelmente comprometido. “Os jurados intimidados não possuem a serenidade e a liberdade necessárias para julgar”, afirma o documento assinado por Carlos Pinto.
O promotor também pediu a emissão de mandados de busca e apreensão nos endereços de Josué Lima, a fim de localizar celulares, computadores, tablets e a própria lista dos jurados com anotações que pudessem confirmar os registros das comunicações, planejamentos das visitas ou o contato de terceiros responsáveis pelas intimidações.
Após deferimento da Justiça, a Polícia Civil efetuou a prisão na manhã de terça-feira (4), quando seria realizado o julgamento. Durante o cumprimento dos mandados, os agentes encontraram duas armas de fogo nos endereços visitados, uma pertencente ao próprio réu e outra de seu pai, Carlos Sérgio Correia Lima, que seria testemunha de defesa no júri.
Diante da situação, Carlos Pinto de Almeida Júnior solicitou que o julgamento fosse transferido para a comarca da Grande Ilha de São Luís, sob a justificativa de que o julgamento em Timon está absolutamente comprometido. “Esses elementos confirmam que a tentativa de intimidação do júri foi acompanhada de um verdadeiro aparato de ameaça à integridade da Justiça, sendo a presença de armas de fogo um fator agravante à potencialidade lesiva da conduta do réu”, diz o promotor no pedido.