A CPMI do 8 de Janeiro pode votar nesta quinta-feira (24) a reconvocação do ex-ajudante-de-ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, e a quebra dos sigilos fiscal, telefônico e telemático da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e de pessoas ligadas a ela. A reunião tem 57 requerimentos na pauta.
Após a reunião deliberativa, está agendada a oitiva de Luis Marcos dos Reis, sargento do Exército que integrava a equipe da Ajudância de Ordens do então presidente Jair Bolsonaro.
A reunião da comissão será realizada às 9 horas no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado Federal.
A reconvocação de Mauro Cid foi sugerida pela relatora da comissão parlamentar mista de inquérito, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Embora tenha comparecido à comissão em 11 de julho, Mauro Cid acatou orientação de sua defesa e não respondeu às perguntas dos parlamentares. Depois disso, investigações da Polícia Federal apontaram a participação dele na venda ilegal de presentes recebidos pelo Brasil de autoridades estrangeiras.
Além de Mauro Cid, a comissão pode votar a quebra de sigilos de outros três militares ligados à Ajudância de Ordens da Presidência da República na gestão de Jair Bolsonaro. São alvos dos requerimentos o coronel Marcelo de Costa Câmara, o tenente Osmar Crivelatti e sargento Luis Marcos dos Reis. Eliziane também apresentou um pedido de convocação para o tenente Osmar Crivelatti.
Carla Zambelli
Também há requerimentos que se refere à deputada Carla Zambelli (PL-SP) e a pessoas ligadas à família e ao gabinete dela. A relatora da CPMI pede a quebra dos sigilos fiscal, telefônico e telemático da parlamentar para investigar uma denúncia feita à comissão pelo hacker Walter Delgatti Neto. Segundo o depoente, a deputada teria pago R$ 40 mil para que ele tentasse invadir plataformas mantidas pela Justiça na internet.
A relatora defende ainda a quebra dos sigilos de três pessoas ligadas à deputada federal: o irmão da deputada, o deputado estadual Bruno Zambelli (PL-SP); o marido de Carla Zambelli, o coronel Antonio Aginaldo de Oliveira, e Renan Cesar Silva Goulart, motorista da deputada.
Bloqueios em rodovias
Outro conjunto de requerimentos se refere à participação de servidores públicos no planejamento e na execução de bloqueios em rodovias no dia do segundo turno das eleições presidenciais de 2022, especialmente na região Nordeste. São alvos dos pedidos de quebra de sigilo:
– Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de Inteligência da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça;
– André Saul do Nascimento, gestor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Santa Catarina;
– Luís Carlos Reischak Júnior, ex-superintendente da PRF no Rio Grande do Sul;
– Marcelo de Ávila, servidor da PRF; e
– Djairlon Henrique Moura, servidor da PRF.
A CPMI pode votar ainda requerimentos para apurar o financiamento de caravanas de manifestantes a Brasília (DF) nas vésperas dos atentados de 8 de janeiro.
Outras convocações
A comissão também pode votar a convocação de dois integrantes da Polícia Militar do Distrito Federal: o coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues e o subtenente Beroaldo José de Freitas Júnior. O objetivo é identificar quem determinou a abertura da Esplanada dos Ministérios a manifestantes antes do dia 8 de janeiro e analisar as tentativas para dissuadir a perturbação da ordem pública.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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