Para evitar qualquer tipo de conflito na semana de retorno dos trabalhos no Congresso e no Judiciário, Brasília reforçou a segurança na área da Esplanada dos Ministérios.
Apenas carros autorizados entram na Praça dos Três Poderes. Para garantir a segurança nas posses de deputados federais e senadores, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, prorrogou até sábado (4.fev) a atuação da Força Nacional em Brasília.
Já o interventor na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, anunciou a revisão do plano de segurança para a posse dos congressistas. Com o fim da intervenção federal, a execução ficará a cargo do novo secretário, Sandro Avelar.
No domingo, o ministro Alexandre de Moraes negou um pedido de suspensão da posse de 11 deputados federais por possível envolvimento nos atos golpistas do dia 8.
“Não faria sentido afastá-los por conta de um problema criminal. E do ponto de vista eleitoral não há mais nada que se possa fazer. Não há nenhuma ação mais que se possa propor para imputar a esses deputados a participação neste atos antidemocráticos, na modalidade de incitação que pudesse levar à cassação do mandato”, diz Luiz Fernando Pereira, coordenador-geral da Academia de Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep).
A Justiça Federal do Distrito Federal autorizou, a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) – o bloqueio de bens de mais 40 pessoas suspeitas de envolvimento nas depredações. Agora, são 92 pessoas e sete empresas com bens bloqueados: um valor total de R$ 18,5 milhões para recuperação do patrimônio.
Uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com policiais militares, civis, federais, rodoviários federais, penais e guardas municipais mostra alguns desafios que ainda devem ser enfrentados na área de segurança pública; 40% dos entrevistados, mesmo condenando os ataques aos prédios dos Três Poderes, acreditam em pautas golpistas defendidas pelo invasores. Quase 63% entendem que as forças de segurança estão contaminadas pelo discurso político partidário e que isso atrapalha as atividades-fim.
“É preciso chamar os comandantes das polícias, entender o tamanho do problema que está colocado, criar um plano nacional para criar leis que blindem as polícias da ideologia política. Hoje, por exemplo, um policial pode ser candidato, perder e voltar para a corporação, algo que não pode ocorrer no Ministério Público. Isso é inaceitável”, afirma Rafael Alcadipani, membro do fórum.
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