A professora Leudilene de Andrade é natural de Santa Luzia e foi transferida para o Hospital Universitário em São Luís após complicações de uma cirurgia.
A professora Leudilene de Andrade é natural de Santa Luzia e foi transferida para o Hospital Universitário em São Luís após complicações de uma cirurgia.
O dia 9 de abril ficou marcado para sempre na vida da professora Leudilene de Andrade, de 41 anos. Essa data marca o fim dos exatos 99 dias de internação no Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA), em São Luís.
Foram dias intensos, cheios de altos e baixos, mas também de laços criados, cumplicidade e ressignificação. Em reconhecimento a tudo que vivenciou, Leudilene transformou seus sentimentos em palavras e, diante de parte da equipe, leu o cordel que escreveu como forma de manifestar sua gratidão.
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Em frente ao seu leito, cercada por diferentes profissionais, fez questão de se despedir da mesma forma como foi acolhida tantas vezes: com muito amor.
“Graças a Deus estou recebendo minha alta. Sou muito grata pelo cuidado e carinho que cada um de vocês teve ao longo desse tempo. É uma atenção e preocupação não só comigo, mas com cada paciente aqui internado. Vocês têm amor pelo que fazem. Vou levar cada um de vocês no coração, não esquecerei jamais”,
afirma emocionada.
Mãe de quatro filhas e natural de Santa Luzia, a cerca de 293km da capital, Leudilene foi transferida para o HU-UFMA após complicações de uma cirurgia. “Custei a chegar aqui, mas depois que cheguei, só tenho a agradecer. Foram dias difíceis. Quando estive na UTI, onde permaneci por longos 16 dias, não dizia a ninguém, mas cheguei a pensar que não voltaria mais para casa, que não veria mais minhas filhas. E, mesmo sem saberem o que eu estava pensando, me acolheram e me deram forças”, relembra.
O cordel, feito com muito carinho, ficará como lembrança para todos que fizeram parte do seu processo de cura – do porteiro à equipe médica, como ela mesma destacou.
A psicóloga Alice Parentes explica que, na avaliação psicológica de um paciente internado, seja por curto ou longo prazo, um dos aspectos considerados são os recursos de enfrentamento que ele possui.
“Nós percebemos que nos 99 dias de internação, um forte recurso que ela utilizava para lidar com o evento estressante da hospitalização foi a relação com a equipe. Por ela ter passado muitos dias internada, conheceu grande parte dos profissionais e foi construindo uma relação afetiva importante dentro do contexto hospitalar”, comenta.
Alice acrescenta que o cuidado técnico é essencial, mas as relações interpessoais são uma dimensão fundamental da humanização – sendo, inclusive, o carro-chefe da relação entre as equipes e os pacientes.
Durante esse período, a força veio de diferentes formas. Acompanhada do esposo, Francisco Sousa, e sempre com o apoio de algum profissional da instituição, Leudilene teve sua rotina hospitalar preenchida com algumas atividades terapêuticas, como a ida à Igreja Nossa Senhora dos Remédios, visita à Praça Gonçalves Dias, sessões de musicoterapia à beira do leito e até o prazer de ouvir, diretamente de uma vitrola, um vinil com músicas de Zezé Di Camargo e Luciano.
Lívia Souza, médica da Clínica Cirúrgica, agradeceu, em nome de toda a equipe, o gesto de carinho de Leudilene. “Estamos todos muito gratos pela homenagem. Nossa equipe se fortalece com esse tipo de reconhecimento. Quando vemos o paciente satisfeito, sabemos que foi bem cuidado e que estamos no caminho certo. Desejamos que sua recuperação continue cada vez melhor em sua casa”.
Confira AQUI o cordel da íntegra.