Ato ocorreu em 2020, segundo Juliana Trama
A mulher identificada nos vídeos pichando a fachada de um casarão tombado no Centro Histórico de São Luís se apresentou à Delegacia de Meio Ambiente (DEMA) nesta quarta-feira (9). Juliana Trama, de 36 anos, afirmou trabalhar com arte há mais de uma década e classificou o ato, ocorrido em 2020, como uma forma de protesto e expressão artística.
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Segundo a artista, a ação ganhou repercussão apenas agora, após os vídeos serem compartilhados nas redes sociais com críticas sobre o descaso com o patrimônio histórico. “Fiquei bastante constrangida, porque o vídeo foi tirado de contexto. Foi uma atitude de protesto, uma forma de chamar atenção para o abandono de casarões históricos e para a desigualdade social”, declarou Juliana.
Ela defendeu que a pichação pode ser interpretada como uma manifestação artística e política, e afirmou que continuará atuando como grafiteira. “A rua é a nossa galeria pública. Eu vou continuar me expressando por meio dos muros ociosos da cidade, algumas vezes com protestos, outras com arte”, afirmou.
Juliana disse acreditar que não cometeu crime. “O que eu fiz é uma atitude criminalizada pela sociedade, mas não considero que causei dano ao patrimônio. O maior problema é o abandono desses prédios históricos”, afirmou.
Após a divulgação das imagens, o caso causou forte repercussão nas redes sociais e entre moradores do Centro Histórico. Muitos classificaram o ato como desrespeito ao patrimônio cultural da cidade, reconhecido pela Unesco como Patrimônio Mundial.
O governador do Maranhão se pronunciou sobre o caso e afirmou que a mulher foi identificada e encaminhada para prestar esclarecimentos. “Ela alegou que as imagens são antigas, mas o dano ao patrimônio histórico é crime, sujeito à detenção e multa”, destacou.
O prefeito de São Luís, Eduardo Braide, também se manifestou, chamando o ato de “absurdo” e cobrando punição.
Em nota, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informou que encaminhará a denúncia ao Ministério Público. O caso segue em investigação para esclarecer as circunstâncias e confirmar a data exata do crime.