Xi Jinping diz a Putin que maioria dos países apoia alívio das tensões

O presidente chinês, Xi Jinping, disse ao presidente russo, Wladimir Putin, que a “maioria dos países apoia a redução das tensões” na Ucrânia. Putin recebeu a visita do líder chinês e disse que vê com respeito as propostas da China para a resolução do conflito. Ao final da visita, nesta semana, Xi Jinping poderá falar também com Volodymyr Zelensky.

“Há cada vez mais vozes racionais e pacíficas”, declarou o líder chinês, acrescentando que a “maioria dos países apoia um alívio das tensões”.

Segundo comunicado divulgado nesta terça-feira pela diplomacia do país asiático, X Jinping afirmou a Putin que esses países “querem que a paz e as negociações sejam promovidas e opõem-se a que seja atirada mais lenha na fogueira”. O primeiro encontro entre os dois nesta visita durou quatro horas e meia.

“Historicamente, os conflitos sempre foram resolvidos com base no diálogo e na negociação”, insistiu, lembrando o acordo de paz que a própria China apresentou em fevereiro.

“Acreditamos que, quanto mais difícil é, mais espaço deve ser deixado para a paz. Quanto mais complexo o conflito, mais esforços devem ser feitos para não abandonar o diálogo”, defendeu Xi Jinping.

O presidente disse ainda a Putin que a China continua disposta a “desempenhar papel construtivo na promoção de uma solução política para o conflito”.

Em comentários feito na televisão, Putin afirmou que vê com respeito as propostas da China para a resolução do conflito na Ucrânia. O líder chinês elogiou Putin e previu que ele será reeleito no próximo ano.

Segundo a agência russa de notícias RIA, Xi Jinping convidou o presidente russo a visitar o país asiático este ano.

Xi Jinping poderá falar com Zelensky

Os dois líderes devem voltar a se reunir para novas conversas. Após a visita a Moscou, Xi Jinping deverá falar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apesar de a conversa ainda não ter sido oficialmente confirmada.

“Não sei, estamos à espera de confirmação”, disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, em entrevista ao Corriere della Sera. “Mas seria um passo importante. Eles [Jinping e Zelensky] têm coisas a dizer um ao outro”.

A visita do presidente chinês a Moscou ocorre poucos dias depois de um tribunal internacional acusar Putin de crimes de guerra, emitindo um mandado de detenção do presidente russo.

Negando as acusações, Moscou garantiu que acolheu órfãos para os proteger e abriu processo criminal contra juízes do Tribunal Penal Internacional (TPI). Pequim considerou que o mandado de detenção reflete “padrões duplos”.

Os Estados Unidos (EUA) denunciaram a visita de Xi Jinping à Rússia, considerando-a uma prova de que Pequim está fornecendo a Moscou “cobertura diplomática” para cometer mais crimes.

“O fato de o presidente Xi Jinping viajar para a Rússia dias depois de o TPI emitir mandado de detenção de Putin sugere que a China não sente nenhuma obrigação de responsabilizar o Kremlin pelas atrocidades cometidas na Ucrânia”, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.

O porta-voz da Casa Branca, John Kirby, afirmou, por sua vez que o líder chinês deveria usar sua influência para pressionar Putin a retirar as tropas da Ucrânia.

Xi Jinping, que iniciou recentemente seu terceiro mandato, tem tentado retratar Pequim como um agente para a paz na Ucrânia, apesar de continuar a aprofundar os laços econômicos com a Rússia, um dos seus aliados mais próximos.

Fonte: DW Brasil

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