A morte de Hugo Chávez, ex-presidente da Venezuela, completa 10 anos neste domingo (5.mar). Eleito em 1999, ele esteve no cargo até 2013 — quatorze anos, quando faleceu em decorrência de um câncer. O até então vice, Nicolás Maduro, assumiu a Presidência, cargo que se mantém no poder em um país colapsado.
Conhecido como “Pai do Socialismo do século XXI”, Hugo Rafael Chávez Frias encabeçou a “Revolução Bolivariana” em território venezuelano. Além da promulgação de uma nova Constituição, a política visava a promoção de reformas sociais. As medidas, por sua vez, seriam financiadas pelo petróleo, principal matéria-prima produzida e exportada pelo país sul-americano.
Amado e odiado, a figura de Chávez se polarizou entre os venezuelanos ao longo dos anos. Após a sua morte, uma capela foi construída em sua homenagem no bairro 23 de Enero, na capital, Caracas. Ainda na cidade, milhares se reuniram para acompanhar o cortejo fúnebre.
Paralelamente, no período em que esteve à frente da presidência, Chávez foi alvo de manifestações. Em 2013, jovens saíram às ruas para protestar contra o político, que teria “tentado esconder os problemas da Venezuela nos dois dias” da Celac, a Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos.
Além disso, a gestão chavista também é lembrada pela aprovação da reeleição ilimitada, em fevereiro de 2009. Antes, a Carta Magna do país estipulava que um chefe de Estado poderia ter apenas dois mandatos consecutivos. A aprovação possibilitou que Chávez ficasse no cargo até 2013, em meio às alegações de fraude nos pleitos.
Na 6ª feira (3.mar), Nicolás Maduro comemorou, durante um ato com trabalhadores transmitido pela TV estatal, “os dez anos de batalha” e “vitória” do governo que lidera desde a morte de seu antecessor.
A Venezuela enfrenta uma crise econômica, que se desdobra em hiperinflação e profunda escassez de produtos. Segundo a ONG Centro de Difusão de Conhecimento Econômico (Cedice), a inflação ultrapassou os 300% em 2022, tendo o setor de alimentos como o mais afetado, com altas de até 332,43%.
A figura de Maduro ainda é questionada por outros países, como os Estados Unidos. Em janeiro deste ano, a Casa Branca afirmou que “ainda” considera o governo latino “ilegítimo”. A ala do atual presidente também é acusada de ter fraudado os resultados das eleições de 2018, que estenderam o seu mandato até 2024.
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