O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, voltou a chamar a atenção para o aumento da ameaça no mundo. Em mensagem publicada nesta terça-feira (09), o diplomata alertou sobre a modernização de sistemas de armamento, que estão ficando cada vez mais rápidos, precisos e furtivos.
“Apesar das terríveis lições de 1945, a humanidade enfrenta agora uma nova corrida armamentista. As armas nucleares estão sendo usadas como ferramentas de coerção. Tudo isto, num momento em que a divisão e a desconfiança afastam países e regiões. O risco de catástrofe nuclear está no seu nível mais alto desde a Guerra Fria”, disse Guterres.
A mensagem acontece em meio ao Memorial da Paz, que relembra os 78 anos do lançamento de duas bombas atômicas pelos Estados Unidos contra o Japão. Em 9 de agosto de 1945, a cidade de Nagasaki foi atingida pelo artefato, mais potente do que o primeiro lançado contra Hiroshima três dias antes, matando 40 mil pessoas.
“Lembramos da terrível destruição causada sobre esta cidade e Hiroshima. Honramos a força implacável e a resiliência do povo de Nagasaki para reconstruir. E reconhecemos os bravos hibakusha, cujos testemunhos poderosos e angustiantes ficarão para sempre como um lembrete de que devemos alcançar um mundo livre dessas armas desumanas. Nunca mais devemos permitir que tal devastação ocorra”, afirmou o chefe da ONU.
As bombas atômicas contra Hiroshima e Nagasaki foram lançadas após o Japão, aliado da Alemanha nazista, negar se render na Segunda Guerra Mundial. Além das mortes imediatas, calculadas em mais de 110 mil, outras 100 mil pessoas foram vítimas das sequelas da explosão nuclear, como câncer, e acabaram morrendo ao longo dos anos.
“Qualquer uso de armas nucleares é inaceitável. Não ficaremos de braços cruzados enquanto Estados com armas nucleares correm para criar armas ainda mais perigosas”, frisou Guterres, que já alertou países como Rússia e Coreia do Norte sobre o aumento da ameaça nuclear.
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