A Organização Meteorológica Mundial (OMM) das Nações Unidas classificou, na segunda-feira (10), a primeira semana de julho como a mesma quente já registrada para o planeta. Segundo a entidade, a temperatura média global atingiu 17,24°C entre os dias 4 e 7 de julho, superando o último recorde de 17,01°C no dia 3 do mesmo mês.

As principais influências para o cenário são a crise climática e o fenômeno meteorológico El Niño, que vem elevando a temperatura do Oceano Pacífico. Em junho, por exemplo, os níveis de gelo marinho da Antártida atingiram a menor extensão desde o início das observações por satélite, ficando 17% abaixo da média – 2,6 milhões de km² perdidos.

Michael Sparrow, chefe do Programa Mundial de Pesquisa Climática da OMM, destacou que “é completamente sem precedentes” ver esse tipo de redução no gelo marinho ao redor da Antártida. “A região antártica é normalmente considerada relativamente estável. É muito mais frio do que o Ártico. Estamos acostumados a ver essas grandes reduções no gelo marinho no Ártico, mas não na Antártida”, disse.

Além da Antártida, a agência da ONU alertou que a “onda de calor marinha” também está afetando a distribuição pesqueira e os ecossistemas oceânicos, com efeitos colaterais no clima. Isso significa o crescimento de eventos climáticos, como ciclones tropicais e inundações por chuvas. A morte decorrente de fortes temperaturas também podem aumentar.

Apesar das temperaturas recordes registradas neste ano, a OMM aponta que o ano mais quente deve ser pós-2023, quando o El Niño deve se intensificar. Caso a força do fenômeno climático continue se desenvolvendo conforme com as previsões, o mundo pode esperar por um ano de calor recorde em 2024.

Fonte: SBT News

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