A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta terça-feira (28), que o risco de morte por doenças em Gaza é maior do que pela guerra. A declaração acontece no quinto dia de trégua nos combates entre Israel e Hamas.
O alerta foi, principalmente, para o aumento de doenças infecciosas e de casos de diarreia entre crianças. Segundo as Nações Unidas, as infecções subiram 100 vezes mais do que os níveis considerados normais, em novembro.
“Eventualmente veremos mais pessoas morrendo de doenças do que as que devido aos bombardeios, se não formos capazes de restabelecer o sistema de saúde”, disse Margaret Harris, da OMS, em uma reunião da ONU em Genebra.
Harris acrescentou: “(Não há) medicamentos, não há atividades de vacinação, não há acesso a água potável e higiene e não há alimentos. Vimos um número muito elevado de casos de diarreia entre bebês”.
James Elder, porta-voz da Agência das Nações Unidas para a Infância em Gaza, disse aos repórteres por videoconferência que os hospitais da faixa estavam cheios de crianças com queimaduras, ferimentos por estilhaços e gastroenterite por beberem água suja.
“Em todos os lugares, os médicos têm que tomar decisões terríveis sobre quem eles devem priorizar”, disse ele.
A ONU alerta para a situação de calamidade no hospital Al-Shifa, o maior complexo médico de Gaza. O local se tornou palco dos combates entre Israel e Hamas, antes da trégua ser instaurada.
Mas, a situação não melhorou muito depois da pausa, uma vez que parte do corpo médico do hospital, incluindo o diretor Mohammed Abu Salmiya, foram presos quando a OMS tentava tirar as equipes de lá.
De acordo com as Nações Unidas, 26 dos 36 hospitais foram fechados desde o começo da guerra, por falta de recursos. As unidades no sul de Gaza estão lotadas e muitas sofrem com a falta de combustível.
Até o momento, mais de 15 mil pessoas morreram em Gaza, sendo 40% delas crianças e adolescentes.
Ajuda humanitária
O exército dos Estados Unidos vão enviar três aviões com ajuda humanitária ao Egito. Os recursos devem entrar em Gaza por meio da passagem de Rafah.
Por causa da trégua, todos os dias centenas de caminhões levam ajuda aos civis. Porém, até o momento, os esforços não foram o suficiente para o tamanho da crise humanitária.
*Com informações da Reuters e CNN
Tags:
gaza, Nações Unidas, OMS, ONU