Os participantes que ficaram isolados durante dias no festival Burning Man em razão das fortes chuvas que atingiram o local puderam finalmente começar a deixar o deserto no estado americano de Nevada nesta segunda-feira (04).

Após o sol voltar a brilhar no local que abrigava uma comunidade de 70 mil pessoas, as estradas puderam ser reabertas, dando início ao processo de abandono da região, chamado pelos organizadores de “êxodo.”

O festival ocorre em um leito seco de um lago em um ponto remoto do deserto de Nevada, onde é montada anualmente uma cidadela chamada de Black Rock City.

“As operações de êxodo foram oficialmente iniciadas em Black Rock City”, informaram os organizadores no portal de internet do festival. “A proibição de trânsito foi removida.”

Os organizadores, porém, pediram aos participantes que adiassem a saída do local até esta terça-feira, para evitar congestionamentos de grande porte, que já se formavam na região.

Os participantes ficaram isolados após o local ser atingido por quantidade de chuva com volume equivalente a dois ou três meses de precipitações na região, o que transformou a areia em lama.

Boa parte das estruturas do festival, que conta com várias instalações artísticas e tendas onde ocorrem as festas com música e dança, foi destruída pela tempestade. Algumas pessoas deixaram o local a pé, caminhando por horas durante a noite até a estrada mais próxima para tentar uma carona.

A polícia de Nevada informou que investiga uma morte ocorrida durante as fortes chuvas, mas não forneceu maiores detalhes.

Símbolo da contracultura

O Burning Man de 2023 começou em 27 de agosto e estava previsto para terminar nesta segunda-feira.

A primeira edição do evento ocorreu em 1986, em São Francisco. Na década de 1990, foi transferido para o deserto de Black Rock, em Nevada.

O festival é um ponto de encontro de artistas boêmios e de vanguarda, mas, nos últimos tempos, vem atraindo também um público mais vasto, incluindo executivos de tecnologia do Vale do Silício.

Com elementos que combinam contracultura, música e espiritualidade, o festival culmina na queima cerimonial de uma figura de 12 metros de altura que dá nome ao evento. Por causa dos estragos, a queima do “homem em chamas” foi adiada para esta segunda-feira.

O ano de 2019 foi o de maior sucesso do festival, com quase 80 mil participantes.

Fonte: DW Brasil

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