Ministros das Relações Exteriores do G7 pediram, nesta quarta-feira (8), pausas humanitárias na guerra entre Israel e o Hamas, para permitir a entrada de ajuda e a libertação de reféns. Eles defenderam o retorno a um “processo de paz mais amplo”, no momento em que forças israelenses continuam a atacar a Faixa de Gaza.
Ao final de uma reunião de dois dias em Tóquio, o Grupo dos Sete afirmou, em declaração conjunta, que Israel tem o direito de se defender, ao mesmo tempo em que ressaltou a necessidade de proteger os civis e de cumprir a lei humanitária internacional.
“Os membros do G7 estão comprometidos com a preparação de soluções sustentáveis de longo prazo para Gaza e o retorno a um processo de paz mais amplo, de acordo com os parâmetros acordados internacionalmente”, informou a nota.
“Apoiamos pausas e corredores humanitários para facilitar a assistência urgentemente necessária, a movimentação de civis e a libertação de reféns.”
Os ministros compartilharam a opinião de que “uma solução de dois Estados continua sendo o único caminho para uma paz justa, duradoura e segura”.
Essa foi apenas a segunda declaração conjunta do G7 desde que homens armados do grupo militante palestino Hamas desencadearam o conflito, com um ataque ao sul de Israel em 7 de outubro, matando 1.400 pessoas e fazendo cerca de 240 reféns.
Desde então, o bombardeio israelense em Gaza já matou mais de 10 mil palestinos, cerca de 40% deles crianças, de acordo com dados das autoridades de saúde no território governado pelo Hamas.
“Acredito que é importante que o G7 tenha sido capaz de emitir sua primeira mensagem unificada, em forma de declaração, a respeito de uma pausa humanitária, considerando a responsabilidade que o G7 tem com a comunidade internacional”, disse a ministra das Relações Exteriores do Japão, Yoko Kamikawa, em entrevista.
Perguntado se todos os membros do G7 estavam pedindo pausa humanitária ou se alguns defendiam um cessar-fogo total, o secretário de Estado dos Estados Unidos (EUA), Antony Blinken, disse que a declaração “reflete com muita precisão” o que foi discutido e que há “unidade real” entre o bloco.
O comunicado também reiterou o apoio do G7 à Ucrânia em sua guerra com a Rússia, destacou a necessidade de engajamento com a China e condenou os testes de mísseis da Coreia do Norte e as transferências de armas para a Rússia.
O G7 é composto pelo Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e EUA. A União Europeia também participa da cúpula no Japão.
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