Mercenários russos dizem ter recebido munição para ofensiva na Ucrânia

Yevgeny Prigozhin, fundador do grupo de mercenários russos Wagner, disse nesta quinta-feira (23) que suas tropas começaram a receber abastecimentos de munições para intensificar a luta na Ucrânia. O anúncio chega no mesmo dia em que os serviços britânicos de inteligência alertaram para novos combates nas cidades de Vuhledar e Bakhmut, um dia antes do primeiro aniversário da guerra na Ucrânia.

“Hoje, às 6h, foi anunciado que o carregamento de munições começou”, escreveu Prigozhin na plataforma Telegram, no final de uma reunião com os líderes do exército russo.

“Provavelmente, o processo já está em andamento. Até agora está tudo no papel, mas os documentos principais já foram assinados”, adiantou.

O Grupo Wagner tem, nos últimos meses, liderado a batalha da Rússia pela cidade de Bakhmut, na região
ucraniana de Donetsk. No entanto, o líder do grupo possui uma rivalidade de longa data com os chefes militares da Rússia. Esta semana, Prigozhin acusou-os de negarem munições aos mercenários por motivos pessoais.

Na terça-feira (21), o líder do Grupo Wagner acusou o ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu, e o chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov, de “traição”, culpando-os pela escassez de munição.

“O chefe do Estado-maior e o ministro da Defesa estão dando ordens indiscriminadas não apenas para não destinarem munições ao Grupo Wagner, mas também para o grupo não receber ajuda por transporte aéreo”, acusou Prigozhin.

Durante o seu discurso anual sobre o estado da nação na terça-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, pediu o fim das rivalidades internas do lado russo. “Devemos livrar-nos de quaisquer contradições interdepartamentais, formalidades, rancores, mal-entendidos e outras coisas sem sentido”, disse Putin, em um recado à elite política e militar.

Já nesta quinta-feira, Yevgeny Prigozhin escreveu: “Muito obrigado àqueles que agiram de várias maneiras: aos cidadãos comuns que fizeram tudo o que puderam e àqueles, incluindo em altos cargos, que exerceram pressão e tomaram decisões para que começassem a nos entregar munições”.

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