O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, condenou a nova onda de ataques russos que, nas últimas horas, atingiu dez regiões do país. Ele disse que a última noite foi difícil, adiantando que as defesas aéreas abateram drones e mísseis de cruzeiro.
Os alarmes aéreos soaram durante a madrugada em todo o país. Os ataques das forças russas atingiram Kiev e nove regiões no centro, Sul e Oeste da Ucrânia.
“Tem sido uma noite difícil. Um ataque maciço de mísseis em todo o país – Kiev, Kirovohrad, Dnipro, Odessa, Kharkiv, Zaporizhia, Lviv, Ivano-Frankivsk, Zhytomyr e a região de Vinnytsia”, escreveu o presidente ucraniano em mensagem no Telegram. O último ataque russo desse tipo tinha ocorrido em 16 de fevereiro, dois dias depois do primeiro aniversário da invasão russa à Ucrânia.
Segundo Zelensky, os ataques visaram “infraestruturas críticas e edifícios residenciais. Infelizmente, há feridos e mortos. As minhas condolências aos familiares”, afirmou.
Mortes
Pelo menos cinco civis morreram durante os ataques.
“O inimigo disparou 81 mísseis na tentativa de intimidar novamente os ucranianos, voltando às suas táticas miseráveis. Os ocupantes só podem aterrorizar civis. Isso é tudo que eles podem fazer. Mas isso não vai ajudá-los. Eles não vão evitar a responsabilidade por tudo que fizeram”.
A defesa área ucraniana abateu 34 dos 81 mísseis lançados por Moscou.
Nas últimas semanas, os ataques russos abrandaram. Mas, na noite dessa quarta (8) para quinta-feira, as autoridades ucranianas registraram explosões em dez regiões, incluindo a capital Kiev.
Desde outubro, após vários contratempos militares, a Rússia voltou a bombardear regularmente as instalações-chave ucranianas, utilizando mísseis e drones, deixando milhões de pessoas sem energia elétrica.
Geradores
Na Central Nuclear de Zaporizhia, a energia foi cortada, e as instalações são abastecidas por 18 geradores.
Segundo a Energoatom, “os ataques de Moscou danificaram a última linha que ligava a central à rede ucraniana. Os geradores de emergência a diesel foram ligados para garantir um abastecimento mínimo”.
A central, no entanto, só tem combustível suficiente para dez dias. “A contagem decrescente começou”, disse o operador.
A Central Nuclear de Zaporizhia, que está próxima da linha, foi ocupada pelas tropas russas em 4 de março de 2022, nove dias depois da invasão.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) já reagiu a mais esse ataque a Zaporizhia. “Estamos brincando com o fogo. Se permitirmos que esta situação se mantenha, um dia a nossa sorte acaba”, afirmou Rafael Grossi, da AIEA.