Mais de 10 mil civis foram já foram mortos na guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, informou nesta terça-feira (21/11) a Organização das Nações Unidas (ONU). O Escritório de Direitos Humanos da ONU, porém, admite que o número real de vítimas pode ser “significativamente maior”.

Um dos locais com maior número de vítimas foi a região em torno da cidade portuária de Mariupol, palco de violentos combates no começo da guerra. 

As Nações Unidas, que enviaram dezenas de observadores à Ucrânia, também destacaram que cerca de metade das mortes nos últimos três meses ocorreu muito longe da linhas de frente, disse a ONU, atribuindo esse fato ao uso de mísseis de longo alcance pelas forças russas e à explosão tardia de munições abandonadas.

“Dez mil mortes de civis é um marco sombrio para a Ucrânia”, disse Danielle Bell, chefe da missão de observação da ONU.

A grande maioria das vítimas civis foi morta em ataques aéreos russos contra cidades ucranianas, informou a ONU. Moscou rejeita a acusação de atacar intencionalmente alvos civis.

Novo pacote de ajuda da Alemanha

Também nesta terça-feira, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, anunciou, em visita a Kiev, um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia no valor de 1,3 bilhão de euros.

Pistorius explicou que o pacote incluirá “quatro sistemas IRIS-T SLM [defesa antiaérea], munições de 155 mm e minas antitanque” para apoiar as forças armadas ucranianas na luta para repelir a invasão russa.

A Alemanha é um dos principais fornecedores de assistência militar à Ucrânia, e Berlim comprometeu-se a ajudar Kiev a reforçar a proteção da população e do sistema energético contra a possibilidade de a Rússia lançar uma nova campanha de ataques maciços às infraestruturas civis às vésperas do inverno europeu.

Segundo a imprensa alemã, além dos quatro IRIS-T, que se juntam a outros oito prometidos até agora, o pacote inclui também cerca de 60 drones e duas dúzias de sistemas de radar antidrone.

Homenagem aos mortos da Praça Maidan

Pistorius participou em Kiev de uma homenagem ao mais de 100 mortos nos chamados “protestos de Maidan”, há dez anos.

Em 21 de novembro de 2013, teve início uma série de manifestações que duraram três meses e culminaram na fuga para Rússia do então presidente ucraniano Viktor Yanukovych, figura muito próxima ao Kremlin.

Na época, Yanukovych se negou a assinar o Acordo de Associação com a União Europeia, preferindo manter-se sob a influência de Moscou.

“Pessoas corajosas de todas as idades saíram às ruas pela liberdade, pela reaproximação com a Europa e pagaram por isso com as suas vidas”, disse Pistorius em Kiev. 

Meses depois dos protestos de Maidan, a Rússia respondeu invadindo e anexando ilegalmente a península ucraniana da Crimeia, no Mar Negro.

Fonte: DW Brasil

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