Inundações agravam situação humanitária em Gaza e aumentam risco de doenças

O comissário-geral das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, alertou que as chuvas intensas pioraram a crise humanitária na Faixa de Gaza – palco central da guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas. Segundo ele, as inundações estão dificultando o acesso de ajuda, deixando a região inabitável.

“Estamos há quase 70 dias nessa guerra, e toda vez que eu volto [para Gaza], acho que não pode piorar. Mas cada vez que testemunho mais miséria e mais tristeza, tenho a sensação de que Gaza não é mais um lugar habitável. Em todos os lugares que você vai, as pessoas estão desesperadas, famintas e apavoradas”, disse Lazzarini.

O diplomata salientou que 1,3 milhão de pessoas estão vivendo ao ar livre ou em abrigos, onde energia, alimentos, água e medicamentos são escassos. A superlotação de pacientes em hospitais, alinhada com a falta de saneamento básico, como coleta de lixo e limpeza de esgoto, também está aumentando os riscos de propagação de doenças na região.

“Os sortudos são aqueles que têm um lugar dentro de nossas instalações, especialmente agora que o inverno começou. Mas os outros não têm para onde ir, vivem a céu aberto, vivem no frio, na lama e debaixo da chuva. As pessoas estão parando os caminhões de ajuda, pegando a comida e comendo imediatamente. Testemunhei isso”, contou Lazzarini.

A guerra entre Israel e Hamas caminha para o terceiro mês. O exército israelense segue avançando em Gaza, mirando, sobretudo, escolas e unidades de saúde, onde alegam ter informações sobre túneis e salas de comando do grupo extremista. Até o momento, 19 mil pessoas foram mortas de ambos os lados da fronteira, sendo 18 mil em Gaza.
Na última 3ª feira (12.dez), a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, composta por 193 estados-membros, aprovou uma resolução pedindo um cessar-fogo humanitário imediato na guerra. No documento, os países expressaram grande preocupação com o que é apresentado como situação “catastrófica” em Gaza.

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