A Etiópia informou neste domingo (10) ter concluído a quarta e última fase de enchimento de um reservatório para sua usina hidrelétrica no rio Nilo Azul. O comunicado provocou novos protestos do Egito, que há anos é contra o megaprojeto.
A Represa do Renascimento Etíope (GERD, na sigla em inglês), está em construção desde 2011, tendo custado 4 bilhões de dólares (R$ 20 bilhões). Essa será a maior barragem da África quando concluída e deverá produzir 6 mil megawatts de eletricidade, dobrando a atual capacidade energética da Etiópia.
O país, onde a metade dos 120 milhões de cidadãos vive sem energia, vê a represa como um benefício para seu desenvolvimento econômico.
“Parabéns a todos pelo quarto enchimento da Represa do Renascimento Etíope”, escreveu o gabinete do primeiro-ministro Abiy Ahmed nas mídias sociais. “Nossa perseverança nacional, apesar de todos os obstáculos, deu resultado.”
Egito protesta
Para a Etiópia, a Represa do Renascimento não reduzirá o volume de água que flui rio abaixo. Por sua vez, o Egito e o Sudão argumentam que a barragem ameaça cortar seu abastecimento de água.
O Egito, que sofre grave escassez de água e depende do Nilo para 97% de seu abastecimento, vê a GERD como uma ameaça existencial. Seu Ministério das Relações Exteriores classificou o anúncio de Adis Abeba como uma medida “ilegal” e “unilateral”.
Os líderes egípcios e etíopes os países tiveram algumas poucas conversas em julho para fechar um acordo sobre a barragem e as regras para sua operação.
No domingo, contudo, o Ministério das Relações Exteriores no Cairo declarou que o atual desdobramento “sobrecarrega o curso das negociações retomadas, em cuja próxima rodada se espera um avanço tangível e real”.
Fonte: DW Brasil
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