O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse neste domingo (17) que a aliança tem de se preparar para uma longa guerra na Ucrânia e insistiu que os países-membros precisam aumentar os seus gastos com a defesa.

“A maioria das guerras dura mais do que se pensa quando começam. É por isso que devemos nos preparar para uma longa guerra na Ucrânia”, disse Stoltenberg em declarações grupo alemão de mídia Funke.

Stoltenberg disse que embora uma paz rápida fosse desejável, é preciso lembrar que “se os ucranianos parassem de lutar, a Ucrânia deixaria de existir”.

Processo de paz

A paz, segundo Stoltenberg, só será alcançada quando o presidente da Rússia, Vladimir Putin, parar de atacar a Ucrânia.

Depois de uma eventual paz, na avaliação de Stoltenberg, a Ucrânia necessitará de garantias de segurança e “não há dúvida” de que o país fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Gastos com defesa

Por outro lado, Stoltenberg insistiu na necessidade de os membros da Otan aumentarem os gastos militares e cumprirem a meta de dedicarem à defesa pelo menos 2% do Produto Interno Bruto (PIB).

A Alemanha é um dos países que ainda não alcançou esta meta, mas o secretário-geral da Otan frisou que a nação está “no caminho certo”.

“Em tempos de Guerra Fria, quando governavam Willy Brandt ou Konrad Adenauer, os gastos com a defesa rondavam 4% do PIB. Para a Otan, é importante que o país membro europeu mais populoso cumpra a meta, 2% de um bolo grande é mais do que 2% de um bolo pequeno”, acrescentou.

Stoltenberg disse que, tendo sido primeiro-ministro da Noruega, sabe como é difícil aumentar os gastos com defesa quando grandes gastos também têm de ser feitos em saúde ou em infraestruturas, mas reforçou que isso é necessário quando as tensões aumentam.

Nesta semana, Stoltenberg também declarou em entrevista à emissora italiana Rai 3 que a contraofensiva ucraniana “avança gradualmente”. “A Ucrânia lançou uma contraofensiva que obviamente todos esperavam que fosse mais rápida, mas está ganhando terreno”.

Ele argumentou que todas as guerras são “imprevisíveis” e acrescentou que “quanto mais forte for a Ucrânia no campo de batalha, mais território conseguirá liberar, e mais forte será na mesa de negociações”.

Fonte: DW Brasil