A Guarda Costeira dos Estados Unidos informou nesta quinta-feira (22/06) que um veículo operado remotamente encontrou destroços no fundo do oceano, na área onde se realizam buscas pelo submersível Titan, desaparecido com cinco pessoas a bordo.
Especialistas estão analisando as informações coletadas pelo robô subaquático, disse o órgão americano, sem dar mais detalhes. Uma coletiva de imprensa para informar os resultados da análise está marcada para as 15h no horário local (16h em Brasília).
A busca desesperada pelo Titan atingiu um estágio crítico na manhã desta quinta-feira, quando se estima que o suprimento de oxigênio dentro do submersível tenha possivelmente se esgotado.
O pequeno submarino turístico, operado pela empresa americana OceanGate Expeditions, transportava um grupo de cinco pessoas em uma expedição para visitar os destroços do navio Titanic, no fundo do Oceano Atlântico.
A viagem começou na sexta-feira passada, partindo do Canadá, a bordo do navio quebra-gelo Polar Prince. No domingo, o Polar Prince chegou à área onde o Titanic afundou, a cerca de 600 quilômetros da costa canadense. O Titan iniciou seu mergulho pouco depois, mas acabou perdendo contato com seu navio de apoio.
O submersível partiu com 96 horas de oxigênio disponíveis a bordo, segundo a OceanGate Expeditions, o que significa que o prazo para o fim dos estoques terminou na manhã desta quinta – isso supondo que o Titan ainda esteja intacto.
Equipes “totalmente comprometidas”
O contra-almirante da Guarda Costeira dos EUA, John Mauger, afirmou que as equipes de resgate seguem “totalmente comprometidas” com as operações de busca. “A vontade de viver das pessoas também precisa ser levada em consideração. Vamos continuar procurando”, disse à emissora NBC.
Em meio à corrida contra o tempo, mais dois robôs teleguiados foram implantados nesta quinta-feira à procura do submersível. As buscas, que também incluem aviões militares americanos e canadenses e navios da guarda costeira, ocorrem em uma vasta faixa do Atlântico Norte, desde a superfície do oceano até uma profundidade de quase quatro quilômetros.
Na quarta-feira, a Guarda Costeira americana informou que sons subaquáticos haviam sido detectados. As equipes passaram então a concentrar seus esforços na área próxima aos “estrondos”, que aumentaram a esperança de que os passageiros ainda estejam vivos – embora os especialistas não tenham conseguido confirmar sua origem.
A bordo do Titan estão o bilionário empresário britânico Hamish Harding, de 58 anos; o empresário paquistanês Shahzada Dawood, de 48 anos, e o filho dele, Suleman, de 19 anos; o presidente da OceanGate, Stockton Rush, de 61 anos; e o operador de submarino francês Paul-Henri Nargeolet, apelidado de “Sr. Titanic” devido a seus frequentes mergulhos no local.
A expedição ao Titanic
A OceanGate Expeditions cobra de seus clientes até 250 mil dólares (cerca de R$ 1,1 milhão) por uma expedição de oito dias e sete noites que inclui um lugar a bordo de seu submersível para ver o famoso naufrágio.
O mergulho até os destroços, incluindo ida e volta, dura em torno de oito horas: são cerca de duas horas de ida, duas de volta e mais o tempo para observar o navio naufragado. Os restos do Titanic estão a uma profundidade de 3.800 metros.
O Titanic afundou após bater em um iceberg em 14 de abril de 1912. Seus destroços foram encontrados apenas em 1985 pelo americano Robert Ballard.
Fonte: DW Brasil