Uma pesquisa liderada pelo Laboratório de Biologia Sintética Translacional do Departamento de Medicina e Ciências da Vida da Universidade Pompeu Fabra, na Espanha, conseguiu desenvolver um novo tratamento para acne, com o uso de uma bactéria modificada, que consegue secretar uma molécula terapêutica para atuar contra as temidas espinhas. Os resultados do estudo foram publicados na terça-feira (9), na revista Nature Biotechnology.
A equipe de pesquisa conseguiu modificar a Cutibacterium acnes, principal microorganismo envolvido na formação das espinhas. A bactéria vive nas profundezas dos folículos capilares e se alimenta do sebo produzido pelo organismo. Até agora, ela era considerada intratável.
“Desenvolvemos uma terapia tópica com abordagem direcionada, usando o que a natureza já possui. Projetamos uma bactéria que vive na pele e a fizemos produzir o que nossa pele precisa”, disse Nastassia Knödlseder, uma das autoras do estudo, em comunicado.
Os pesquisadores conseguiram fazê-la produzir uma proteína chamada NGAL. Ela é conhecida por ser liberada pela isotretinoína, medicamento famoso no tratamento para acne severa e que induz a morte das células epiteliais da pele que produzem sebo.
O teste foi realizado em camundongos, único animal capaz de testar bactérias modificadas até o momento, e foi um sucesso. Agora, eles tentam criar um modelo alternativo, em 3D, que represente melhor a pele humana, já que a pele de ratos não é comparável.
O interesse em tratamentos para acne, no mundo todo, é constante. Segundo o Google Trends, desde o início da série história – em 2004 – até o presente, o período que mais concentrou buscas sobre o assunto “espinhas” foi em fevereiro de 2021. O motivo? O auge da pandemia de covid-19, quando o uso de máscaras e até mesmo o efeito colateral do vírus afetou a pele de muitas pessoas.
Fonte: SBT News
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