Uma comissão de especialistas alemães iniciou nesta terça-feira (27) uma operação de busca pelos restos mortais de 46 soldados da Wehrmacht (forças armadas da Alemanha nazista) mortos a tiros no sudoeste da França durante a Segunda Guerra Mundial.
As buscas pela vala comum em uma área perto do vilarejo de Meymac foram desencadeadas pelo testemunho do ex-combatente da Resistência Francesa Edmond Réveil, de 98 anos. Considerado a última testemunha sobrevivente do movimento de resistência ao nazismo, ele quebrou o silêncio sobre os eventos em maio deste ano.
Os 46 soldados alemães, juntamente com uma francesa acusada de colaboração, foram capturados por um grupo de combatentes da Resistência Francesa em junho de 1944, época em que a França era ocupada pela Alemanha nazista.
Os prisioneiros foram então levados para uma área arborizada perto de Meymac, onde tiveram que cavar sepulturas. Em 12 de junho, eles foram executados, e seus corpos, enterrados nas covas.
As mortes ocorreram dias depois de as tropas alemães da Schutzstaffel (SS), organização paramilitar ligada ao Partido Nazista, terem massacrado centenas de pessoas em comunidades próximas.
Em 9 de junho de 1944, combatentes da Resistência Francesa capturaram dezenas de soldados da Wehrmacht na cidade de Tulle, a cerca de 50 quilômetros de distância de Meymac. Em retaliação, membros da SS enforcaram publicamente 99 civis em balcões e postes de iluminação.
Um dia depois, em Oradour-sur-Glane, a cerca de 100 quilômetros dali, outra unidade da SS perpetrou o pior massacre da Segunda Guerra na Europa Ocidental, matando 643 pessoas e incendiando a cidade.
As buscas
Os relatos de Réveil sobre a execução dos soldados alemães, quase oito décadas depois dos eventos, colocaram em ação planos para buscar e exumar os corpos.
“É extraordinário que ainda se esteja procurando por cadáveres da Segunda Guerra Mundial na França”, afirmou Diane Tempel-Bornett, porta-voz da Comissão Alemã de Túmulos de Guerra.
O grupo forneceu um georradar para escanear o terreno e estabelecer o local exato das sepulturas. Segundo Bornett, a análise desses dados deverá levar cerca de quatro semanas, e só então será decidido quando e onde cavar.
A identidade dos soldados alemães ainda não é conhecida. Se restos humanos forem encontrados, eles serão enviados para um laboratório em Marselha.
Fonte: DW Brasil
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