A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aceitou, nesta terça-feira (4), o pedido do Japão para despejar a água armazenada na usina nuclear de Fukushima no Oceano Pacífico. Segundo comunicado, os planos de descontaminação se mostraram consistentes com os padrões de segurança da agência, que servem como referência global.

A decisão foi anunciada após avaliação do relatório feito por especialistas da AIEA, aconselhados por peritos em segurança nuclear. O documento, que levou quase dois anos para ser finalizado, concluiu que a água, se tratada adequadamente, terá um impacto radiológico insignificante para as pessoas e para o meio ambiente.

“A AIEA continuará a fornecer transparência à comunidade internacional, possibilitando que todas as partes interessadas confiem em fatos verificados e na ciência para informar sua compreensão sobre este assunto ao longo do processo”, disse o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, que se comprometeu em participar antes, durante e depois do processo.

A água armazenada na usina de Fukushima foi contaminada em 2011, depois de um acidente nuclear causado por um terremoto e um tsunami. O líquido está armazenado em mais de mil tanques, que, conforme as autoridades, precisam ser desocupados e removidos para que a usina seja desativada – um processo que deve levar de 30 a 40 anos.

Apesar de estar sendo tratada, a Tokyo Electric Power (Tepco), operadora do despejo, afirmou que a água continua com trítio – uma forma radioativa natural de hidrogênio. De acordo com a AIEA, antes de descarregar, a empresa se comprometeu a diluir o líquido para trazer o trítio abaixo dos padrões regulatórios.

A expectativa é que a água comece a ser despejada ainda neste ano. O plano, no entanto, é criticado por ambientalistas e pescadores, que temem que a água prejudique o meio ambiente e a vida marinha. Em maio, dezenas de japoneses foram às ruas, bem como à usina nuclear, para protestar contra o plano do governo, que já está em fase final.

Fonte: SBT News

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