Uma explosão em uma mesquita dentro da sede da polícia em Peshawat, no noroeste do Paquistão, matou 33 pessoas e deixou 150 feridas. A maioria das vítimas trabalham como agentes da polícia e estavam reunidos para as orações diárias.
A suspeita do governo paquistanês é de que a explosão tenha sido causada por um ataque suicida contra os que defendem o país.
260 pessoas ocupavam a mesquita no momento da explosão. Uma área residencial de agentes da polícia fica localizada próximo ao local de culto.
“Acreditamos que o terrorista estava na fila da frente” da mesquita, disse o ministro paquistanês da Defesa, Khawaja Asif. Um alto funcionário da província de Khyber Pakhtunkhwa, onde fica a cidade de Peshawar, disse à agência AFP que há registro de pelo menos 33 mortos e 150 feridos.
“Neste momento, a nossa prioridade número um é retirar as pessoas presas sob os escombros”, declarou
Shaffiullah Khan. Um funcionário do Hospital Lady Reading disse, por sua vez, que muitos dos feridos já resgatados estão em estado crítico.
Alvo frequente
No complexo onde ocorreu a explosão encontra-se, além da sede da polícia e da mesquita, um departamento de contraterrorismo, disse à Reuters o chefe da polícia de Peshawar, Ijaz Khansaid.
Ele disse ainda que não se pode descartar a possibilidade de um ataque suicida, acrescentando que foram encontrados vestígios de explosivos dentro da mesquita.
As autoridades dizem haver muitas mais vítimas debaixo dos escombros, onde já se encontram as equipas de resgate, moradores e policiais, que procuram sobreviventes.
Este incidente ocorre no mesmo dia em que o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohamed bin Zayed Al Nahyan, deveria fazer uma visita oficial à capital paquistanesa, Islamabad. A viagem foi cancelada de última hora nesta segunda-feira, oficialmente devido ao tempo chuvoso.
Peshwar, que fica na fronteira com o Afeganistão, é frequentemente alvo de ataques por grupos extremistas, incluindo os talibãs paquistaneses. Este grupo, conhecido como Tehreek-e-Taliban Paquistão (TTP), é composto por sunitas e islâmicos que querem derrubar o governo paquistanês.
O TTP intensificou os ataques desde o fim de um acordo de paz no ano passado com o governo do país, facilitado pelos talibãs afegãos.
O ataque desta segunda-feira foi o pior em Peshwar desde março do ano passado, quando um atentado suicida em uma mesquita muçulmana xiita durante as orações de sexta-feira matou pelo menos 58 pessoas e feriu quase 200.
À época, militantes do autoproclamado Estado Islâmico assumiram a responsabilidade pelo ataque.
Com informações da RTP Lisboa, via Agência Brasil