A Praça da Faustina será entregue nessa terça-feira (31) pela Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação (SEMURH) e a Fundação Municipal de Patrimônio Histórico (FUMPH). A entrega será realizada a partir das 18h30. A praça fica localizada na Rua do Giz, no Centro Histórico de São Luís.
O local passou por obras de manutenção e reforma, serviços realizados pela Semurh. A Fumph foi responsável pelo projeto arquitetônico e orçamento, ficando a cargo da Semurh a execução da obra, com investimento de mais de R$ 210 mil.
Desde que foi erguida em 1986 – como parte do Programa de Preservação e Revitalização do Centro Histórico, o Projeto Reviver – a praça vem sendo palco para artistas, poetas e grupos de Tambor de Crioula. Essas manifestações reforçam sua representatividade histórica e cultural para a cidade e, consequentemente, a necessidade de conservação do espaço.
A obra de manutenção e reforma da Praça da Faustina contemplou a conservação do traçado existente e materiais já empregados. No entanto, foram substituídos todo o piso e os bancos.
Foi feita a realocação de alguns para aproveitar a sombra das árvores existentes, inserindo bancos que fazem alusão aos tambores – visto a referência de uso atual – manutenção nas lixeiras e iluminação, além da implantação de novo paisagismo.
As obras também reforçaram a pintura das paredes e demais elementos, assim como a reforma da capela, substituindo seu telhado, bancada e revestimento interno.
A capela recebeu nova iluminação, grade de proteção e um “Registo Devocional” em azulejo – forma de decoração com simbologia religiosa, surgido em Portugal durante o séc. XVIII, com fins de proteção de catástrofes e males diversos. O portão foi substituído por uma porta em madeira.
O coração do Tambor de Crioula
A Praça da Faustina foi erguida no local de um sobrado que ruiu. A área já foi utilizada como estacionamento de repartições públicas próximas e oficina mecânica improvisada.
Apenas em 1986, dentro do Programa de Preservação e Revitalização do Centro Histórico – o projeto Reviver – foi erguida a praça. À época, foi denominada Praça da Seresta, pois ali era palco de artistas e poetas.
O nome Praça da Faustina veio posteriormente pela proximidade de um estabelecimento comercial de dona Faustina, ao lado da praça. Hoje, muitos intitulam como Praça do Tambor de Crioula, por ser frequentemente utilizado como pelas rodas de tambor.
A atividade, constante, passou a dar significado ao espaço, que abriga uma capela dedicada a São Benedito, tido como o protetor dos negros.
Atualmente, a capela é protegida e cuidada pela produtora cultural Carla Belfort, também conhecida como Carla Coreira.
Devota e filha de mestra do Tambor de Crioula, Carla realiza a ação “Capelinha de São Benedito”, que promove a oficina “Mulheres que dão no Couro”.
A intervenção foi reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), quando recebeu o Prêmio Nacional Rodrigo Melo Franco de Andrade.
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