Especialistas: ação de guardas escancara falta de preparo

O caso de Killian Patrick, morto na última segunda-feira (29) pela Guarda Civil Municipal durante surto psicótico, escancarou a falta de preparo dos guardas se configurando abuso de autoridade, segundo especialistas ouvidos pelo Portal Difusora News.

Formado em Direito pelo Centro Universitário de Brasília, atuando no Tribunal do Júri e processos criminais, o advogado criminalista Pedro Jarbas afirma excesso de força.

afirmou.

Só tenho a lamentar pelo tamanho do despreparo dessa guarda municipal. Secretaria de Segurança com Cidadania… É triste ouvir isso. Ou é Secretaria de Segurança, ou é de cidadania. Eles deveriam ter agido com armas para imobilização, e ainda que tivesse com arma letal, não é para causar letalidade,

O advogado afirmou que o município de São Luís pode ser responsabilizado criminalmente pela ocorrência.

afirmou.

O jovem é inimputável e para os inimputáveis tem procedimento devido. O município responderá por isso, vão responder pelo crime, isso é o crime, vão responder pelo homicídio praticado, não tem nenhuma dúvida disso,

A mãe do rapaz entrou em contato com uma clínica psiquiátrica para solicitar auxílio no resgate do jovem esquizofrênico, iniciando a ocorrência.

A equipe da clínica chegou ao local na companhia dos guardas municipais, acionados para auxiliar no controle da situação. No entanto, os agentes perderam o controle da situação e acabaram matando o rapaz com um tiro no peito.

Os guardas disseram que o jovem tinha uma faca, demonstrando perigo aos agentes, mas familiares e amigos contestam essa versão.

Guarda ‘militarizada’


Assim também, o pesquisador em aparatos de policiamento e segurança pública, Paulo Henrique Matos demonstrou preocupação com a transformação da guarda municipal em uma polícia municipal militarizada.

“Guardas municipais, ao serem treinados e equipados como forças militares, podem adotar táticas mais agressivas, o que pode levar a confrontos mais violentos. Isso é particularmente preocupante”, avaliou.

O especialista alertou sobre outro ponto crítico: o preparo insuficiente.

Nesse sentido, o entrevistado disse ao Portal Difusora News que falta treinamento para os agentes para situações complexas.

O que pode comprometer a eficácia das operações e a segurança de todos.

“A segurança pública não se faz exclusivamente com a presença ostensiva de qualquer força policial, mas deve ser abordada de maneira abrangente com foco na prevenção e na proteção dos direitos humanos, garantindo que todas as intervenções sejam realizadas de maneira segura e eficaz”, avaliou.

Despreparo dos guardas


A médica psiquiatra Sofia Cardoso, explica que a pessoa que sofre de esquizofrenia vive em outra realidade diferente de pessoas que não tem o transtorno.

afirma.

As pessoas com esquizofrenia se sentem perseguidas, por exemplo, em situações corriqueiras. Então, elas têm toda uma fantasia na cabeça provocada pela doença. A psicose torna o sujeito convicto daquilo que acredita,

Sofia fala sobre o comportamento que a pessoa apresenta quando está em surto, explicado pelas alucinações e interpretações que ela tem.

“O surto é aquela explosão, é aquela apresentação para a natureza externa do que tem na mente da pessoa”, esclarece.

Por fim, a psiquiatra lamentou o fim trágico da ação dos guardas municipais e afirma que houve falta de preparo.

afirmou.

Os meios letais não são recomendados. A gente tem sim um momento que pode haver uma contenção mecânica, mas com profissionais treinados, onde não são usadas armas letais. Poderia ter sido feito de outra forma realmente foi um fim muito trágico que mostra um despreparo,

O guarda municipal de São Luís, suspeito de ter matado Killiam Patrick Nascimento Costa, de 29 anos, durante um surto psicótico nesta segunda-feira (21), foi afastado de suas funções. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania (Semusc).Em nota a Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania, informa que o guarda que efetuou o disparo, prestou depoimento e foi afastado de suas funções, até que o caso seja concluído.

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