Quinze mulheres denunciaram enfermeira por erros em procedimentos estéticos

Quinze mulheres já denunciaram Cássia Caroline Pampolha por complicações após procedimentos estéticos no Maranhão.

Caroline Pampolha é a dona de uma clínica localizada no bairro Jardim Renascença, em São Luís, e que foi denunciada pacientes no último dia 16 de outubro, após erros em procedimentos estéticos.

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Apenas em São Luís já são 13 a quantidade de mulheres que teriam tido complicações após passarem por procedimentos estéticos na clínica de Caroline.

Além destas, mais duas vítimas dos possíveis erros cometidos pela enfermeira, denunciaram Caroline em Belém, no Pará.

Procedimentos e danos

A enfermeira vinha realizando procedimentos estéticos em São Luís sem a devida autorização ou competência, o que resultou em danos para as clientes.

Ela se apresentava nas redes sociais como médica especialista em harmonização facial e corporal. Após uma série de denúncias, removeu seus perfis da internet.

Os atendimentos eram realizados em Belém, no Pará, e em São Luís. Caroline era procurada em especial por mulheres interessadas em procedimentos estéticos como o “método do bumbum brasileiro”, que remodela os glúteos a partir da aplicação de plasma.

As mulheres que apresentaram denúncias contra Caroline alegam que que tiveram complicações como hematomas e sangramentos após realizarem intervenções com ela.

Sem registro

Após consulta junto aos Conselhos Regionais de Enfermagem e do Maranhão (Coren-MA), ficou constatado que a enfermeira não tinha permissão para atuar profissionalmente no estado.

Isto porque sua inscrição original está registrada junto ao conselho do Pará (Coren-PA) e ela não solicitou a inscrição secundária ou a transferência para o Maranhão no devido prazo, como exigido.

A denunciada vinha realizando procedimentos em São Luís desde outubro de 2022, intercalando períodos na capital maranhense e no Pará.

Já o Coren-PA afirmou que Caroline é registrada desde setembro de 2021 no estado, mas consta no sistema como inativa.

Além disso, ela não possui certificações cadastradas referentes a especializações em procedimentos estéticos, uma exigência para o tipo de atividades que ela realizava.

Ademais, o CNPJ da clínica em que ocorriam os atendimentos está registrado como sendo de comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios.

Dessa forma, a profissional atuava de maneira irregular, o que configura prática passível de investigação por parte do departamento de processo ético da organização.

Vítimas unidas

Atualmente, há um grupo de WhatsApp formado por mulheres que se sentiram enganadas por Caroline Pampolha.

Nesse contexto, elas buscam efetivar suas denúncias de maneira conjunta para impedir novas vítimas.

“Eu tive uma infecção gravíssima, fiquei trinta dias internada e eu corri o risco altíssimo de perder a vida por conta de uma bactéria fortíssima. Ou seja, existiu uma contaminação cruzada na hora de injetar o plasma”, contou uma paciente que fez harmonização de glúteo e preferiu não se identificar.

Outra afetada foi Waldenice Saraiva, que alegou tentativa de parar o procedimento ao passar mal depois de seguidas coletas de sangue.

Segundo ela, Caroline se recusou a devolver o dinheiro investido, além de ter aplicado botox sem o consentimento da cliente.

“Enquanto estava me preparando para o procedimento ela já veio com a agulha aplicando o botox na minha testa mesmo eu dizendo que não queria”, contou.

O que diz a defesa?

A defesa de Caroline Pampolha confirmou, em nota, que a enfermeira exerce atividades na área de enfermagem estética na cidade de São Luís há aproximadamente dois anos.

Sobre o fato de a profissional estar atuando na enfermagem estética de forma irregular em São Luís, a defesa alegou que Caroline “não tinha conhecimento sobre a exigência específica de inscrição secundária no COREN-MA”.

Ademais, a defesa da enfermeira disse ainda, que a profissional já deu entrada ao processo de inscrição secundária, porém, segundo a nota, ela precisou ir ao Pará buscar documentos necessários ao processo.

O que diz o Coren-MA?

O presidente do Coren-MA, José Carlos Júnior, disse que todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas pelo órgão e, assim que obtiver todas as informações necessárias, estas serão encaminhadas aos órgãos competentes para averiguação das denúncias.

“Encaminhamos ofício ao Coren-PA para saber informações da profissional e abrimos um processo administrativo disciplinar para averiguação do caso”, relatou.

Tags: denuncia, Maranhão, Pará, procedimentos estéticos