Professores da UFMA em greve a partir de 15 de abril

Os professores da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) decretaram estado de grave a partir do dia 15 de abril. A decisão foi divulgada nesta terça-feira (9), após Assembleia Geral Extraordinária da Associação dos Professores da Universidade Federal do Maranhão (APRUMA). A greve faz parte de uma articulação nacional organizada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES).

Os motivos da paralisação na UFMA são as perdas salariais e recomposição salarial dos magistrados, a reestruturação da carreira do máster superior e da Educação Básica Técnica e Tecnológica (BTT), o reajuste orçamentário das universidades federais e institutos federais, e a ampliação a assistência estundantil.

“No eixo das perdas salariais e recomposição salarial, nós estamos reivindicando uma recomposição de 22% parcelado em parcelas de 7,07% em 2024, 2025 e 2026. No eixo da reorganização da carreira do magistrado superior e a BTT, nós consideramos importante estabelecer um processo de ganhos salariais e qualificação profissional nos diversos níveis de carreira, de modo equilibrado, e que também haja um reenquadramento dos aposentados, que no momento em que se aposentaram estavam na classe adjunto 4”, afirmou a professora Ilse Gomes, presidenta da APRUMA.

Conforme a professora Ilse Gomes, atualmente o Governo Federal está oferecendo para todas as Universidades Federais um valor equivalente a R$ 6 bilhões para despesas e investimentos anuais. Segundo ela, o valor está abaixo das necessidades da universidade, e a falta de orçamento adequado poderá afetar a permanência dos alunos nas salas de aula.

“Nós estamos reivindicando um orçamento de cerca de R$ 8,5 bilhões e esse orçamento diz respeito ao que foi investido na universidade em 2010. A proporção do governo para 2024 é de R$ 6 bilhões. Então, nós consideramos que isso não atende à necessidade da universidade, considerando que de 2010 a 2024 a universidade cresceu em número de matrícula cerca de 33%”, continuou a professora.

“Nós queremos um acréscimo de R$ 2,5 bilhões para se somar aos R$ 6 bilhões que o governo está oferecendo. Esse investimento conta tanto para ampliar o orçamento da universidade, quanto também para valorizar a categoria dos docentes, dos técnicos, e a necessidade de garantir que nossos alunos permaneçam na universidade”, finalizou Ilse Gomes.

Em contrapartida, após a divulgação do anúncio da greve, alguns alunos da Universidade Federal do Maranhão demostraram descontentamento com a paralisação e reagiram negativamente à notícia.

“Inimigos dos estudantes!! Batalhamos pra entrar em uma universidade pública, entramos e estudamos pra ficar! Só queremos estudar e nos formar!”, criticou uma aluna nas redes sociais.

Nesta quarta-feira (10), as sessões sindicais comunicarão às reitorias e o Governo Federal sobre a deflagração da greve. E na quinta-feira (11), está marcada uma reunião entre o ANDES-Sindicato Nacional e o Governo Federal com o objetivo de chegarem a um acordo.

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