PcDs denunciam falta de acessibilidade em ônibus

Imagens feitas por um passageiro da linha A963 (Cidade Verde / Vila do Povo / Terminal Cohab), nesta segunda-feira (5) mostram a dificuldade de um cadeirante para embarcar em um ônibus do transporte público. Com a rampa elevatória quebrada, ele precisou ser carregado para entrar no veículo de responsabilidade da Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB). (Veja abaixo)

O estudante Caio Vinicius Araújo Ferreira, de 26 anos, é uma das pessoas com deficiência que sofrem diariamente para se deslocar pela Região Metropolitana de São Luís. Morador da Vila do Povo, em Paço do Lumiar, Caio relata o péssimo estado de conservação dos únicos dois ônibus que fazem linha para o bairro.

“É inadmissível que em pleno século 21 ainda tenhamos que lutar por dignidade e inclusão no transporte público. Travessias elevadas, por mais importantes que sejam, não resolvem todos os problemas. Precisamos de medidas concretas e eficazes para garantir a acessibilidade universal nos ônibus de Paço do Lumiar e de todo o Maranhão”, lamentou Caio.

Em fevereiro de 2023, o jovem passou pela mesma situação, dessa vez na Raposa, local onde morava. Na ocasião, o ônibus também apresentava problemas na rampa elevatória e Caio precisou ser conduzido pelo motorista.

Em nota, a MOB disse que o mau funcionamento é causado pelo período chuvoso e o acúmulo de areia nas estruturas e engrenagens dos veículos. No entanto, a Agência de Mobilidade não explicou a razão de não terem sido feitas as correções, não deu prazo para que isso acontecesse e reforçou que as denúncias e reclamações sejam formalizadas por meio da Ouvidoria do Governo do Estado, no site ouvidorias.ma.gov.br, informando o número da linha e o código do ônibus.

Problema recorrente

O caso de Caio não é o único. Diariamente, pessoas em cadeiras de rodas sofrem para usar o transporte público. Em dezembro, o Difusora NEWS denunciou o problema no transporte público da Região Metropolitana. Na ocasião mostramos o caso do ator Alê Brayan, 40 anos, e da recepcionista Maria de Jesus, de 46 anos, que enfrentam vários desafios para se deslocar (confira aqui).

Além da precariedade dos ônibus, os cadeirantes e as pessoas com dificuldade de locomoção lidam com a falta de abrigos, com a elevação das calçadas, ruas esburacadas e o descaso do poder público diante destes problemas.

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