“Será que eu volto para casa?” Esse é o questionamento de Marizilda Correa, de 58 anos, que trabalha há 28 anos como funcionário do transporte público de São Luís. Ela é vizinha do motorista Francisco Vale, morto durante assalto nesta segunda-feira (22), na Avenida dos Franceses.
Em entrevista ao Difusora ON, Marizilda falou sobre o medo e a insegurança que fazem parte da rotina dos trabalhadores do transporte coletivo. Após a onda de assaltos registradas na capital, a cobradora lamentou o descaso do poder público com a população. “Nós nos sentimos ameaçados, amedrontados. Nós já começamos o serviço preocupados”, desabafou.
Segundo disse, mesmo com algum policiamento, a segurança não pode ser garantida. “Às vezes o policial entra no veículo, não revista as bolsas dos passageiros, desce e logo depois alguém anuncia o assalto”, continuou.
A morte do colega de profissão também afeta o motorista Pedro Ribeiro, 45 anos, que roda na linha Parque Jair, e sente-se preocupado com o ocorrido. “Somos pais de família, então não podemos deixar de trabalhar. A situação toda é complicada, não temos segurança em nada”, informou o motorista.
Paralisação ônibus
O assassinato de Francisco Vale culminou na paralisação dos ônibus em diversos pontos da cidade, incluindo em frente ao Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão I), na Praça da Bíblia e Monte Castelo.
Segundo Marcelo Brito, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (STTREMA) a previsão é que a greve seja mantida até que os responsáveis pela morte de Francisco sejam presos.
O crime
O motorista Francisco Vale da Silva, 48 anos, foi morto durante um assalto a ônibus na Avenida dos Franceses registrado na noite desta segunda-feira (22), próximo ao Terminal Rodoviário de São Luís.
Na ocasião, dois homens entraram no coletivo como passageiros e em determinado momento da viagem anunciaram o assalto. Eles estavam armados com uma faca e uma arma de fogo. Antes de fugirem, um deles atirou na cabeça do trabalhador.
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