‘Tremor em Cururupu’ é explicado por especialista

A notícia sobre um tremor de magnitude 4.7 que teria sido registrado na cidade de Cururupu, o repercutiu em todo o estado. O registro, feito pelo Centro Sismológico Euro-Mediterrânico (EMSC), informava que os tremores ocorreram na última quinta-feira (04) e que o epicentro do tremor foi no oceano atlântico, em uma profundidade de 360 km.

No entanto, uma nota técnica do Centro de Monitoramento e Prevenção de Desastres Ambientais, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais, informou que houve um erro por parte do centro europeu de sismologia, ao relatar o registro de um tremor de magnitude 4.7

A confirmação do erro foi reportada pelo o Laboratório Sismológico (LabSis), está atualmente vinculado ao Departamento de Geofísica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Segundo o LabSis, informando que houve um erro de coordenadas geográficas, que atribuiu ao município de Cururupu o local de registro do tremor.

Apesar da negativa, o Geógrafo Igor Santos, de 28 anos, explicou ao Difusora News que, o território do Maranhão possui suscetibilidade a abalos sísmicos, e que tremores registrados a uma distância considerável, relacionados a outros terremotos, podem ser sentidos no estado.

“Essa vulnerabilidade decorre principalmente de uma instabilidade na nossa estrutura geológica, a qual é resultado de uma complexa história geológica. Ao longo de milhões de anos, diversos processos tectônicos moldaram a região, deixando sua marca na forma de falhas geológicas que atravessam o nosso território”, explicou Igor.

Para o geógrafo, essas falhas são vestígios da separação dos continentes. Quando forças gigantescas moldaram a crosta terrestre, criaram rupturas que persistem até hoje. A localização de Cururupu, embora esteja situada na zona central em relação à placa tectônica, a localização não protege totalmente dos efeitos dos abalos sísmicos. 

“Mesmo quando os terremotos ocorrem em regiões distantes, as ondas sísmicas podem viajar ao longo de distâncias e exercer forças significativas sobre áreas aparentemente mais estáveis”, esclareceu o geógrafo.

Embora o Brasil não seja conhecido por registrar terremotos de grande magnitude, tremores menores são relativamente comuns no país. Itapecuru-Mirim, por exemplo, que fica por volta de 350 km de Cururupu, registrou pequenos tremores de terra em março de 2023 e dezembro de 2020.

A ocorrência recente dos tremores em Cururupu serve, de acordo com Igor, como lembrete de que a geologia maranhense é vívida e imprevisível. O incidente deixa claro a necessidade de vigilância para que consequências maiores que o tremor possam ser evitadas.

Confira a explicação desse fenômeno:

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