Em nota no site oficial, o Ministério Público (MP- MA) afirma que estão sendo adotadas as providências em relação às denúncias de extorsão feitas pelo presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor, contra o promotor Zanony Filho. Mas, na mesma nota, o MP se diz preocupado com a conduta do vereador e aponta uma possível corrupção passiva do presidente da Casa Parlamentar.

Relembrando o caso: durante sessão na Câmara da última segunda-feira (04), o vereador Paulo Victor afirmou que contratou parentes do promotor Zanony Filho em uma negociação para evitar investigações. Mas após serem cortados da equipe, o vereador Paulo Victor disse que o promotor teria prometido retaliações.

O MP destacou em nota que ‘o recebimento da promessa caracteriza, em tese, crime de corrupção passiva por parte do Chefe do Parlamento Municipal. Anote-se que ele não esclareceu quem são as pessoas nomeadas e porque foram mantidas nos cargos sem exercê-los.’

Inclusive, na versão do parlamentar, o vereador faz uma ligação da operação do Grupo de Operações Especiais (Gaeco) do Ministério, realizada em agosto com a apreensão de documentos na Câmara Municipal de São Luís, como uma espécie de retaliação do promotor Zanony, que responde pela promotoria de probidade administrativa.

Mas em nota, o MP esclareceu que ‘embora a fala do Presidente da Câmara Municipal tenha buscado relacionar a conduta do Promotor de Justiça à Operação Véu de Maquiavel (…) não existe qualquer conexão entre tais fatos, uma vez que o procedimento investigatório criminal conduzido pelo GAECO não foi originado a pedido do Promotor de Justiça, assim como não há qualquer participação deste no curso da investigação’.

Por fim, o Ministério Público disse que tem atuado de forma contínua no sentido de responsabilizar os envolvidos no desvio de dinheiro público (…) Mas vê com preocupação a atuação do Chefe da Casa Legislativa de São Luís que admitiu expressamente ter nomeado pessoas em troca de obstar investigações, bem como ter contribuído para vazamento de decisão sigilosa’.