Mesmo com cinco decisões judiciais, idosa espera cirurgia cardíaca há um ano

Uma idosa de 61 anos aguarda há um ano por uma cirurgia cardíaca no Maranhão. A paciente, identificada como Maria Ferreira Passos, realizou uma troca de válvula mitral há 10 anos e precisa de uma nova cirurgia.

Segundo a sobrinha da paciente, a enfermeira Kheila Azevedo Ferreira Passos, de 55 anos, Maria Ferreira Passos entrou na fila de espera para a cirurgia no dia 2 de julho de 2022, ocupando o 813° lugar. No dia 3 de dezembro de 2023, ela passou mal, tendo sido levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade Operária, em São Luís.

Na UPA, a idosa foi estabilizada e encaminhada para o Hospital de Clínicas Integradas (HCI). Por lá, a paciente foi avaliada por uma médica, que constatou que ela não poderia permanecer no hospital, pois o local não realizava mais cirurgias cardíacas.

Após 24 dias, a idosa passou por nova avaliação médica, sendo transferida para o Hospital Carlos Macieira, também em São Luís. No entanto, a sobrinha da paciente conta que a transferência foi decidida pelo Tribunal de Justiça do Maranhão. Nessa decisão, a idosa deveria ser transportada para um hospital público capacitado para a realização da cirurgia e que, caso não houvesse uma instituição adequada, a paciente deveria ser levada para um hospital particular a custo do Estado.

No entanto, até o momento, um ano após a primeira consulta, Maria Ferreira, ainda aguarda a cirurgia. A demora seria a falta de materiais na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Carlos Macieira, onde ela está internada.

“O médico que estava na UTI disse, ‘nós estamos sem material, infelizmente ela vai ter que esperar’. Ele informou inclusive que o material faltava em todo o Maranhão “, afirmou a sobrinha.

Kheila Azevedo também esclarece que o Estado não está cumprindo com as suas responsabilidades, e que isso está piorando a situação de Maria Ferreira Passos.

“O Estado não está cumprindo o que diz a nossa Constituição Federal, que saúde é um bem de todo, é um dever do Estado. Enquanto isso, a minha tia está cada vez mais debilitada”, falou.

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