Pelo menos 608 mil jovens, de 15 a 29 anos, não estudam e não trabalham no Maranhão. A informação foi divulgada na Síntese de Indicadores Sociais, pesquisa elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O grupo conhecido como ‘nem-nem’ (composto por aqueles que não estudam e não trabalham) totalizou 32 mil jovens de 15 a 17 anos; 367 mil (60,4%), de 18 a 24 anos; e 209 mil (34,4%), de 25 a 29 anos, compõem o quadro de jovens desocupados desde 2022.
As razões que mantêm o grupo fora do mercado de trabalho são variadas, incluindo escolaridade e questões socioeconômicas. Dulcenyr Costa, de 23 anos, está afastada do mercado de trabalho a mais de seis anos. Ela teve uma gravidez na adolescência quando estava no segundo ano do ensino médio e precisou se afastar.
“Engravidei quando tinha 18 anos, estava no meio do ensino médio, segundo ano, e me afastei da escola. Não concluí os estudos e desde então, parece que não há oportunidade de trabalho”, desabafou a jovem dona de casa.
Dulcenyr, agora mãe de dois filhos, de 6 e 3 anos, respectivamente, se sustenta atualmente com o programa “Bolsa Família”, mas pretende voltar a estudar e ingressar no mercado de trabalho. “Quero concluir alguns cursos, principalmente à distância. Talvez assim eu consiga emprego em uma área bacana”, afirmou.
7º maior na proporção
Segundo o IBGE, ao considerar os dados de 2022, o Maranhão é o 7º estado com maior contingente de jovens de 15 a 29 anos que não estudam e nem trabalham.
É o caso de Vinicius Martins dos Santos, conhecido como Ivo, de 24 anos, que afirma nunca ter ingressado no mercado de trabalho, mesmo sendo formado em Design desde 2021.
Para Ivo, não ter entrado no mercado profissional é também uma questão capacitista, tendo em conta a deficiência auditiva do jovem. “Eu ainda não consegui um emprego por vários obstáculos, como minha deficiência auditiva e a falta de experiência até para aquelas profissões que requerem apenas o ensino médio como formação”, esclareceu.
Embora o nível de ocupação do Maranhão tenha aumentado em 2022 (44,8%), comparado com os quatro anos precedentes, 2021 (39,9%), 2020 (39,3%), 2019 (42,7%) e 2018 (43,0%), mais da metade das pessoas em plena força de trabalho encontram-se desocupadas.
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