O Maranhão está no 3° lugar do ranking nacional de ocorrência de conflitos no campo, com 206 ocorrências de conflitos, ele está atrás apenas dos estados da Bahia e Pará. Foram registrados 4 assassinatos no campo, 170 ocorrências de conflitos de terra, 13 ocorrências de trabalho escravo, sendo resgatadas 104 pessoas, 22 ocorrências por conflitos de água.
Os dados são da Comissão Pastoral da Terra e fazem parte da 38ª edição da publicação do relatório, Conflitos no Campo Brasil, que será lançada esta segunda-feira (22), às 14h no auditório do prédio do curso de história da UEMA (Universidade Estadual do Maranhão) localizado na Praia Grande, Centro Histórico de São Luís.
A Comissão Pastoral da Terra é uma pastoral da Igreja cujo objetivo é fazer o levantamento de dados de conflitos no campo, tendo como público-alvo os trabalhadores(as) da terra e água.
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Sobre violência contra a pessoa, a CPT registrou 4 assassinatos no campo, sendo 2 de indígenas, 1 de funcionário público e 1 de quilombola. Segundo a comissão, isso é um reflexo do grande conflito por terras entre os trabalhadores rurais, os defensores da terra, contra fazendeiros, empresários e o próprio Estado. Esses conflitos tendem a aumentar devido à falta de direitos à vida, bem-estar e territórios dos trabalhadores rurais.
Os conflitos por terra abrangem casos de retomadas territoriais, queimadas criminosas, desmatamento, além de violação dos direitos humanos e direitos da natureza. No quesito trabalho escravo, a Comissão busca proteger pessoas encontradas em situação de trabalho de superexploração e outras formas de violação.
Já os conflitos por água envolve a apropriação privada dos recursos hídricos, cobrança de uso de água no campo, além das pessoas atingidas por barragens e mineração.
A identidade coletiva mais afetada foram os quilombolas, com um total de 52 ocorrências. Embora haja muitos dados de conflitos, a equipe da pastoral realizou 50 manifestações em 2023 sobre diversas temáticas de direito à vida.
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