Momentos de pavor e adrenalina foram vividos pelo maranhense e comissário de bordo, José Ribamar Abreu Pinho, há mais de 35 anos, durante o voo 375 da Vasp, sequestrado durante trajeto de Belo Horizonte (MG) com destino ao Rio de Janeiro (RJ), no dia 29 de setembro de 1988. Na ocasião, cem passageiros estavam a bordo da aeronave.

“Foram momentos de muita tensão dentro do avião e ver as pessoas com medo e o sequestrador tomado pela raiva foi desesperador. Não sabia se iríamos sair daquela situação”, disse José Ribamar, hoje com 71 anos.

Esta história vivida de perto pelo comissário ultrapassou as páginas dos jornais e ganhou vida nas ‘telonas’. No dia 07 de dezembro, o filme ‘O sequestro do voo 375′, estreou em todos os cinemas. O longa-metragem é dirigido por Marcus Baldini e conta a história do crime que deixou uma pessoa morta e outras três feridas.

Em entrevista exclusiva ao Difusora On, José Ribamar conta que o filme trouxe à memória, os momentos de desespero que viveu com os passageiros. “Relembrar todas aquelas cenas foi importante. Fiquei feliz de terem transformado a minha história em um filme e quando eu soube da produção levei toda a família para assistir”, disse.

José conta que um dos momentos que ele mais sentiu medo foi quando o piloto realizou uma manobra perigosa, nunca feita antes por aviões comerciais, mas que salvou a vida dos passageiros.

Um momento que marcou a memória de José Ribamar Abreu Pinho foi quando ele foi condecorado com a medalha “Mérito Santos-Dumont” entregue pelo Ministério da Aeronáutica em dezembro de 1989. A honraria foi pelos destacados serviços prestados a Aeronáutica Brasileira.

O filme está em cartaz, com exibição nos cinemas de São Luís.

Entenda

O atentado aconteceu quando outro maranhense, identificado como Raimundo Nonato Alves da Conceição, de 28 anos, tomou uma decisão que abalaria o país: sequestrar um avião e jogá-lo no Palácio do Planalto, em Brasília, para matar o presidente da República da época, José Sarney. Nonato havia perdido o emprego de tratorista e culpava Sarney pela crise econômica do país, no período pós-ditadura militar.

Durante a ação, o piloto Murilo realizou uma manobra na aeronave que desestabilizou o sequestrador, possibilitando aos passageiros e tripulação conter o terrorista antes do pouso do avião. Nonato foi alvejado e levado para o hospital. O sequestrador recebeu atendimento, mas não resistiu aos ferimentos e morreu três dias depois.

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