Gaia, uma cadelinha de cinco anos, morreu no último domingo (30), durante translado de São Luís para São Paulo. O animal era transportado pela empresa MooviPet, transportadora especializada em viagens interestaduais de cães e gatos, contratada pela família tutora da cachorra para levá-la da capital maranhense até São Paulo.
O animal saiu de São Luís no último dia 26 e quatro dia depois, foi devolvido aos donos pela empresa transportadora dentro de uma caixa térmica, enrolado em um saco plástico.
📲 Clique AQUI e participe do nosso canal no Whatsapp
O drama de Gaia e sua família tutora começou quando seus donos precisaram se mudar de São Luís para São Paulo e precisaram mandar a cadela para a capital paulista. Por medo de enviar o animal por avião, a família resolveu contratar uma empresa especializada no transporte terrestre de animais.
A tutora da Gaia, Jakeline Jovita conta que a família já estava em São Paulo, quando contratou a empresa para levar a cadela de São Luís até a capital paulista. Ela relata que a empresa tinha prometido que enviaria um link de rastreio do carro que transportaria a Gaia antes do veículo ir buscar a cadela para a viagem, que deveria ser entregue aos responsáveis pelo translado pela irmã de Jakeline. Entretanto, sem enviar o link, a tutora conta que o animal foi entregue pelas suas filhas e não pela irmã como havia programado. “Minhas de menor tiveram que entregar a Gaia, o que acentuou o trauma da perda, porque elas entregaram a cadela na mão deles”, pontua. Veja o momento em que a cadela é colocada na van da transportadora:
Após as filhas embarcarem a Gaia em uma van, Jakeline conta que recebeu o link de restreio, que permitiu a ela passar a acompanhar o veículo que transportava, além da cadela, vários outros animais. Na quinta-feira (27), a noite, a tutora relata que percebeu a van parada até o dia seguinte. Após passar toda a noite sem informações sobre o motivo da parada, na sexta-feira (28), Jakeline recebeu uma mensagem de um funcionário da empresa informando que o veículo teria tido um problema mecânico em Belém e que por conta disso, a viagem teria um atraso.
“Quando soube dessa informação sobre o problema na van, entrei em desespero, porque como o carro estava cheio de animais e em Belém é quente, fique preocupada com a refrigeração do carro e como isso iria atingir os animais. Pedi então foto da Gaia para saber se ela estava bem. Depois de muito insistir, o funcionário me enviou uma foto, onde visivelmente ela não estava bem”, relata.
Mesmo percebendo o estado da Gaia, Jakeline conta que conseguiu se acalmar um pouco por ver a foto da cadela, mas ainda um tanto angustiada por conta da parada que o transporte tinha feito e como isso poderia afetar o animal. Somente na noite da sexta-feira, a tutora foi comunicada por outro funcionário da empresa que a Gaia havia morrido. “Ele me relatou que encontraram ela dentro da gaiola sem querer levantar mais e ao procurar atendimento, ela não resistiu e morreu”, contou.
Jakeline relata que junto com o desespero e a tristeza pela morte da Gaia veio o desespero pela informação de que a empresa não levaria a cadela de volta para São Luís. “Após eu dizer que não aceitava que a Gaia não retornasse a São Luís e com o apoio de uma amiga advogada, conseguimos que o corpo fosse entregue. A Gaia foi levada por dois motoristas de aplicativo dentro de uma caixa de isopor enrolada em um saco plástico”, disse.
A tutora conta que não foi entregue nenhum atestado de óbito, nem a comprovação do atendimento que o funcionário informou que a cadela teve após a percepção de que ela não estava bem. Após a entrega do animal morto, Jakeline disse que ninguém da empresa entrou mais em contato com ela.
O que diz a MooviPet
Em nota enviada ao Portal Difusora News, a empresa MooviPet diz, inicialmente que se solidariza com o sofrimento da tutora da Gaia e de sua família.
A empresa relata que a cadela estava sendo transportada junto com mais 18 animais e que teria apresentado alterações em seu quadro clínico, quatro horas depois de ter comido e bebido água normalmente, segundo o check-list dos motoristas que conduziam o transporte dos animais.
De acordo com a MooviPet, assim que apresentou os sintomas, Gaia teria recebido os primeiros socorros dos motoristas, que possuem curso de auxiliar veterinário. Ainda segundo a nota da empresa, a cadela teria sido levada à clínica veterinária e que no local, teria acontecido o falecimento do animal.
A MooviPet informou que está oferecendo todo o suporte e esclarecimentos necessários ao tutor e sua família e que a apuração dos detalhes do ocorrido está sendo conduzida com total prioridade pela empresa. Ainda segundo a nota, a transportadora está aguardando o laudo do exame de necropsia, para entender de forma clara os fatores que implicaram na morte da cadela.
Sobre a condução do corpo, a nota informa que, em virtude da ausência de um serviço especializado (veículo frigorífico) na cidade de Marabá (PA) para condução do corpo da Gaia para a realização de exame de necropsia, a empresa buscou mantê-lo acondicionado da melhor forma para que fosse possível realizar os exames e chegar às conclusões sobre o que pode ter causado a morte da cadela. Por isso, de acordo com a empresa, o corpo foi acondicionado com gelo, seguindo as recomendações médicas, até a condução de retorno à São Luís, conforme solicitação da família.
Em nota, a Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) informou que o caso está sendo investigado pela Delegacia de Meio Ambiente, que acionou as partes envolvidas, tutores do animal e empresa responsável pelo transporte, para prestarem mais esclarecimentos e identificar as circunstâncias do fato.