“Baixinha Afrontosa”, que teria obrigado duas jovens a cavar a própria cova, é absolvida

A jovem Brenda Emanuele Silva Oliveira, conhecida como “Manu” ou “Baixinha Afrontosa”, de 24 anos, foi absolvida da acusação de homicídio de duas adolescentes, que foram obrigadas a cavar a própria cova. O julgamento ocorreu em Timon-MA, e veio a público no sábado (16).

Apesar de absolvida da acusação, Brenda, foi condenada por integrar organização criminosa pela 1ª Vara Criminal de Timon no dia 13 de março. Ela era uma das 14 pessoas investigadas pelo duplo homicídio, que ocorreu no morro do bairro Parque Aliança, em Timon, leste do Maranhão.

A denúncia oferecida pelo Ministério Público, no dia 20 de março de 2021, diz que a suspeita teria participado, de forma consciente e voluntária, da morte de Joyce Ellen dos Santos Moreira, 15 anos, e Maria Eduarda de Sousa Lira, de 17 anos.

Após torturar as vítimas com faca, pá e pedaços de madeira, o grupo teria obrigado as jovens a cavarem as covas onde seriam enterradas. Após o crime, Brenda Emanuele fugiu para o estado do Pará, onde foi capturada e presa, em 19 de julho de 2021.

Durante o julgamento, o promotor de Justiça Nelson Ribeiro Guimarães acusou Brenda pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáveres, argumentando que os atos foram cometidos por motivo fútil, com tortura e emboscada, impossibilitando a defesa das vítimas.

A defesa pleiteou a absolvição de Brenda, contestando sua participação nos delitos. Após deliberação do Conselho de Sentença, Brenda foi absolvida do homicídio qualificado, mas condenada por integrar uma organização criminosa.

Considerando o período de prisão desde julho de 2021, o juiz responsável pelo caso reduziu a pena em dois anos, sete meses e 14 dias, determinando o cumprimento restante em regime aberto, com monitoramento eletrônico.

O crime

O crime que vitimou as adolescentes Joyce Ellen dos Santos Moreira e Maria Eduarda de Sousa Lira, originárias de Teresina, Piauí, foi descoberto em 21 de março de 2021. As vítimas foram encontradas enterradas em covas rasas em Timon, após terem sido torturadas e executadas.

Segundo a Polícia Civil do Maranhão, as jovens foram forçadas a cavar suas próprias sepulturas antes de serem brutalmente assassinadas a tiros. O crime foi gravado pelos criminosos.

Os corpos foram descobertos após o pai de uma das vítimas registrar um boletim de ocorrência, informando sobre o desaparecimento das adolescentes e seguindo pistas que levaram à cidade maranhense.

Investigações revelaram que o duplo homicídio foi motivado pelo suposto envolvimento das vítimas com membros de uma facção rival, resultando em um “julgamento” cruel conduzido pelos criminosos, onde as jovens foram condenadas à morte por residirem em áreas controladas por facções rivais e serem amigas.