Após denúncias de artistas que não foram pagos pelo Governo do Estado desde o natal de 2022 repercutirem nas ruas, nas redes sociais e até no meio político, o governador Carlos Brandão anunciou atrações para o carnaval de 2024 que nada tem a ver com os produtores locais.
Segundo o Governo do Maranhão, foram contratados para o carnaval deste ano o grupo Chiclete com Banana e a dupla Matheus e Kauan. A decisão gerou revolta na população, já que grupos culturais típicos do estado continuam sem receber pelos serviços prestados no natal de 2022, bem como no Carnaval e no São João de 2023.
O produtor cultural William Moraes falou sobre a situação, “É triste a realidade, né? Quando se vende uma imagem enganosa, de que somos uma das maiores culturas do país, mas esqueceram o fundamental, que é valorizar o artista da terra. A triste realidade é essa”, afirmou.
Vários artistas receberam apenas metade dos cachês. O sanfoneiro Memel disse que das sete apresentações recebeu apenas 3 apresentações. “Estou indo à secretaria de Cultura pelo menos uma vez por semana para tentar receber. Uma situação lamentável. A classe artística se encontra em uma situação de grande desvalorização. Estamos de mãos atadas e no aguardo de que eles realmente valorizem a cultura maranhense realizando os pagamentos acertados”, disse.
Na tarde desta quarta-feira (03), o Conselho Municipal de Cultura em São Luís realizou manifestações, uma em frente ao Palácio do Governo Estadual e outra em frente à sede da Prefeitura de São Luís.
Como a Comissão da Cultura não foi recebida pelo poder público, então resolveram ocupar a secretaria Municipal de Cultura.
Do governo do Estado, eles pedem respostas quanto a dívida que a Secretaria de Cultura possui com artistas que se apresentaram no natal de 2022, além do Carnaval e São João de 2023.
Os artistas também pediram respostas quanto ao abandono de equipamentos de cultura, como o Centro de Criatividade Odylo Costa Filho, que está fechado há mais de dois anos e segue sem previsão para voltar a funcionar.
“Não temos política cultural tanto pelo Município quanto pelo Estado. Com a volta do Ministério da Cultura, sabemos que os recursos voltaram também. E a gente não vê a seriedade dos gestores com a aplicação desses investimentos. Não contamos mais com os nossos espaços culturais como o Circo da Cidade. Tem também o Odylo Costa Filho que está fechado, local super importante onde eram ofertas oficinas para a população. Esse desrepeito impacta quem trabalha pela cultura e a nossa população. Fica nosso apelo para que o Governo do Estado também pague as dívidas com os artistas e lance editais para os fazedores de cultura”, disse Carolina Libério, artista visual.
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