Artistas maranhenses denunciam ‘calote’ do Governo do Maranhão

Os artistas e grupos culturais contratados pela Secretaria de Estado da Cultura (Secma) para participações em eventos promovidos pelo Governo do Maranhão, como, por exemplo, o carnaval, São João de 2023 e as festas de natal do ano passado, denunciam a falta de pagamento dos caches das apresentações.

O produtor cultural, William Morais, faz parte do grupo de representantes da cultura maranhense, que estão indignados com o ‘calote’ do estado. “Não pagaram o natal de 2022, não terminaram de pagar o carnaval de 2023 e o São João desse ano não sabemos nem quando vamos receber”, afirmou.

“Tenho dois shows a receber que foram feitos no Hemomar em dezembro de 2022. Já fez aniversário e não vi o dinheiro”, desabafou o cantor Carlos Berg, outro artista prejudicado pela falta de pagamento do Governo do Maranhão.

Ainda no mês de maio deste ano, o Governo do Estado lançou o Maior São João do Mundo’ teve investimento de R$ 44 milhões anunciado pelo governador Carlos Brandão (PSB). “Eles venderam uma imagem enganosa de que temos a maior cultura do mundo, mas se esqueceram de valorizar quem faz o espetáculo. Infelizmente a realidade é essa”, lamentou Morais durante entrevista.

Os artistas ainda denunciaram que não são sequer recebidos na Secretaria de Estado da Cultura. “Cansei de ir lá, mas eles não têm nenhuma organização de como e quando vão fazer esses pagamentos. ”, contou

Quem se apresentou no São João está sendo obrigado a aceitar um acordo para receber o pagamento: parcelado e a partir de 2024. “Até agora a maioria ainda não conseguiu receber e os que receberam fizeram acordo para receber apenas 50% do valor e resto em fevereiro ou março do próximo ano”, disse outro artista que preferiu não se identificar.

Nas redes sociais do Governo do Maranhão, vários comentários pedem resposta ao não pagamento dos artistas.

Segundo a denúncia, alguns grupos receberam favorecimento pessoal. “Tem a parada da camaradagem. Quem tem amigos lá dentro, quem tem conhecido recebe primeiro. Quem não tem ninguém, vai ficando para depois”, disse outro artista que também não se identificou.

Em nota, enviada às 11h50 desta quinta-feira (28), a Secretaria de Estado da Cultura disse que os pagamentos estão sendo regularizados e que apenas uma parcela de 15% dos cachês referentes às brincadeiras não foram pagos, em virtude de problemas processuais, como cadastramento e outras atualizações necessárias para a efetivação das obrigações contratuais.

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